A final da maratona do Células Empreendedoras foi realizada na última sexta-feira (31), no auditório do IFPE - Campus Recife, com o anúncio dos cincos projetos selecionados para concorrer as etapas nacionais do programa. Após quatro dias de imersão no universo do empreendedorismo, os estudantes tiveram a oportunidade de apresentar os projetos desenvolvidos, focados na geração de impacto social. O primeiro lugar foi conquistado pela equipe responsável pelo projeto EduLibras, que propôs uma metodologia para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de estudantes surdos.

O grupo é formado por alunos dos campi Recife, Barreiros, Caruaru, Palmares, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. ”O EduLibras é uma plataforma digital, onde o usuário poderá encontrar aulas feitas especialmente para estudantes surdos. Isso é muito importante porque existe uma dificuldade muito grande de acesso a aulas para esse público”, explica Daniel Queiroz, um dos membros da equipe vencedora.

Também foram premiados os projetos Sanlucionar (2º lugar), que propõe um estrutura para garantir esgotamento sanitário em conjuntos habitacionais; Arbana (3º lugar), com a ideia de construir jardins suspensos com plantas nativas para combater mosquitos;  Dona de Maria (4º lugar), com uma solução para estimular a conquista da independência financeira entre mulheres vítimas de violência; e Matmóvel, que busca trabalhar a motivação dos jovens em relação ao estudo da Matemática.

Desde a terça-feira (27), cerca de 100 estudantes do IFPE foram divididos em equipes para enfrentar o desafio de desenvolver projetos inovadores voltados a soluções de problemas sociais. Os mentores foram os próprios professores ou técnicos-administrativos do Instituto, que receberam capacitação para trabalharem como orientadores. Além de focarem na concepção dos projetos, as equipes se envolveram, ao longo de quatro dias, em formações nas áreas de empreendedorismo, design-thinking e estratégias de pitching.

Os projetos foram avaliados por uma banca externa, formada por profissionais da área de empreendedorismo, entre eles, o professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Genézio Gomes, idealizador do programa Células Empreendedoras. “No Células, a gente traz o problema da cidade para o Instituto para que os estudantes resolvam esses problemas, criando inovações sociais. Montamos esse programa há 10 anos aqui em Pernambuco e ele terminou sendo abraçado pelo Ministério da Educação. Hoje, aplicamos ele em seis Institutos Federais do país”, explica o coordenador.

Agora, os cinco selecionados no IFPE serão submetidos, junto aos projetos vencedores dos demais Institutos, a uma fase de pré-aceleração, nos meses de setembro e outubro, para que possam se transformar em start ups de alto impacto. Desta etapa, sairão os finalistas que serão avaliados diretamente por um grupo de investidores que poderão viabilizar os projetos.

Para o Diretor de Extensão do IFPE, Victor Wanderley, o saldo da aplicação do programa no Instituto foi extremamente positivo. “Tivemos aqui mais de 50 servidores sendo capacitados para atuarem como mentores dos projetos e quase cem alunos de diversos campi envolvidos na maratona. Isso faz com que a gente possa disseminar a cultura do empreendedorismo em todas as unidades e fortalecer a prática empreendedora no dia a dia do Instituto, fazendo com que o estudante adquira aqui não só a formação técnica, mas também um pensamento empreendedor que possa ser aplicado para além dos muros da Instituição”, ressalta.

PROGRAMA - O programa Células Empreendedoras é uma metodologia voltada à criação e ao desenvolvimento de ecossistemas de educação empreendedora em instituições de ensino, empresas e escolas. Por iniciativa do Ministério da Educação, o programa foi aplicado em Institutos Federais do país como forma de estimular a cultura do empreendedorismo entre estudantes e servidores. O Células se tornou referência na área ao conquistar diversos prêmios, como o de “Educação Transformadora”, concedido pela Rede Global de Empreendedorismo, e o de Educação Empreendedora, da Endeavor. Projetos desenvolvidos a partir do Células também já foram premiados pelo Santander Universidades, ImagineCUP, Brasil Criativo, Revistas Forbes, Desafio Brasil e BlackBerry Jam.