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Capacitação de equipes multiprofissionais marca início do Pronasci Juventude em Pernambuco

Equipes multiprofissionais foram selecionadas para atuar em territórios com altos índices de criminalidade; cada jovem atendido receberá bolsa de R$ 500 durante o programa


As primeiras equipes multiprofissionais que atuarão no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci Juventude Pernambuco começaram, nesta segunda-feira (18), uma capacitação que prepara o terreno para um trabalho decisivo: levar acolhimento, oportunidades e novos horizontes a jovens em situação de vulnerabilidade social no Recife e no Cabo de Santo Agostinho.

Durante uma semana de formação no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), cerca de 30 profissionais das áreas de Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Direito, Redução de Danos e Agente Territorial discutem questões que atravessam a vida da juventude negra e periférica, como violência, racismo, desigualdade de gênero e violação de direitos. O objetivo é garantir que, quando o programa começar a atender diretamente os adolescentes e jovens em janeiro de 2026, as equipes já estejam preparadas para atuar de forma integrada nos territórios.

Até lá, os profissionais — contratados por meio de seleção pública — irão mapear comunidades, conhecer histórias e construir vínculos para que o programa alcance justamente aqueles que mais precisam. Cada jovem atendido terá direito a uma bolsa mensal, durante todo o período do projeto.

O cientista político Marcos Antônio Pereira de Amorim, que será articulador territorial no bairro do Cordeiro, destacou a relevância da iniciativa em um estado onde os índices de violência contra a juventude ainda são alarmantes. “Infelizmente, Pernambuco se destaca negativamente a nível nacional por não cuidar de seus jovens, principalmente da juventude negra e LGBT, que sofrem muito com isso. Agora temos uma política pública bem estruturada e monitorada. A expectativa é reduzir esses números drásticos. Estou muito empolgado em fazer parte do projeto”, afirmou.

No Cabo de Santo Agostinho, a advogada Lia Maciel atuará como educadora jurídica em Ponte dos Carvalhos. Para ela, o maior desafio é mostrar que o acesso à justiça também pode ser um caminho de transformação. “Queremos ensinar de forma didática como a juventude pode se empoderar e se apropriar da legislação para conquistar direitos. Esse é um instrumento que pode ajudar cada jovem a avançar na vida, numa perspectiva ampla”, disse.

Segundo a coordenadora nacional do programa, Monalyza Alves, a essência do Pronasci é justamente chegar a um público que, em geral, não procura os espaços formais de educação ou políticas públicas por iniciativa própria. “O jovem que será atendido faz parte de um grupo que não vai nos procurar. Nós precisamos ir até eles. O Pronasci precisa ser um lugar de acolhimento, escuta e troca”, explicou.

O reitor do IFPE, José Carlos de Sá Júnior, que recebeu os profissionais na abertura da capacitação, destacou que a efetividade do programa depende diretamente da atuação das equipes nas comunidades. “Precisamos muito dessas equipes, que estarão na ponta, na comunidade. Que as instituições de educação e os ministérios possam dar as mãos para enfrentar esses problemas, construindo um programa efetivamente exitoso”, disse.

A pró-reitora de Extensão, Laura Fabiana da Silva Caliento, reforçou a importância do programa para que o IFPE consiga chegar a esse público que é chamado a outros caminhos que não o da educação. “Esse público dificilmente chegaria até nós sem um programa como o Pronasci. Sabemos que só a educação pode transformar o cenário de desigualdade e de violência sociorracial que impede tantos jovens de terem um futuro digno.”

Formação e desafios
A capacitação das equipes, que segue até 25 de agosto, traz como eixo central o tema “Juventudes, Interseccionalidade e Cuidado: Raça, Gênero e Redução de Danos em Contextos de Vulnerabilidade Social”. Entre os tópicos em debate estão práticas de redução de danos, estratégias de cuidado com jovens usuários de álcool e outras drogas, além da construção de metodologias para atuação intersetorial em territórios marcados pela exclusão.

Com meta de atender 500 jovens no Recife e no Cabo, o Pronasci Juventude busca ser uma resposta integrada à violência letal que atinge, sobretudo, adolescentes e jovens negros das periferias. Até janeiro, o trabalho das equipes será o de preparar o terreno para que o programa chegue efetivamente a quem mais precisa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: DCom – Reitoria

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