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Formação do Pronasci Juventude PE prepara equipes para mapeamento territorial

Letramento racial também fez parte da formação


As equipes multiprofissionais do Pronasci Juventude Pernambuco participaram, nesta semana, de uma nova etapa de capacitação que trouxe dois temas centrais para a atuação nos territórios: o mapeamento territorial e o letramento racial. A partir dessas formações, os profissionais darão início já nos próximos dias ao processo de levantamento de informações nas comunidades, que permitirá traçar o perfil dos jovens atendidos e elaborar os planos de ação para as próximas fases do programa.

A oficina sobre mapeamento territorial foi conduzida por Amanda Cibele da Silva Oliveira, coordenadora adjunta de Monitoramento, que explicou os objetivos desse trabalho. Segundo ela, o mapeamento será o subsídio para a construção dos planos de intervenção nos territórios. Durante a formação, as equipes tiveram acesso às ferramentas que vão utilizar, como planilhas de validação das informações, registros de atividades e o roteiro para a construção do plano de ação territorial. “É nesse documento que eles vão definir quais são as metas para aquele território e quais ações são propostas de acordo com a realidade que encontrarem no processo de mapeamento. Também faz parte da proposta a realização de entrevistas com lideranças comunitárias e grupos focais com os jovens, de onde virão informações fundamentais para construir o perfil local e definir as ações”, explicou.

Amanda destacou ainda que parte das informações iniciais já foi disponibilizada por órgãos públicos, como a Vigilância Socioassistencial do Recife e a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho. “Eles vão validar essas informações no território, ver se aqueles equipamentos realmente estão funcionando, quais estão realmente atendendo. Vão identificar equipamentos que não estavam nos levantamentos, mas que oferecem serviços no território, e ainda mapear instituições que sejam estratégicas para o Pronasci e que possam responder às demandas do público atendido”, acrescentou.

A segunda oficina abordou o letramento racial e foi ministrada pela pró-reitora de Extensão do IFPE, Laura Fabiana da Silva Caliento. Ela reforçou que esse tema é essencial dentro do programa, que trabalha diretamente com jovens em contextos de vulnerabilidade sociorracial agravada. “Quando essas equipes forem para os territórios, vão se deparar com uma maioria de jovens negros, moradores de comunidades periféricas. Por isso, o letramento racial é fundamental para que esses profissionais possam imprimir na prática a questão racial, pensar em estratégias para ações antirracistas e propor iniciativas que problematizem o racismo estrutural. Não basta não praticar o racismo, é preciso também fortalecer a autoestima, a autonomia e a integridade desses jovens por meio de uma educação comprometida com a igualdade racial”, destacou.

Os participantes reconheceram a relevância das formações para a atuação prática. O pedagogo Ednei Pedro, que atuará na comunidade Ponte dos Carvalhos, afirmou que a experiência trouxe novos horizontes para o trabalho no território. “A gente entende o racismo, a gente vive isso na prática, mas agora estamos tendo um subsídio maior para atender os jovens em situações que às vezes nem vivenciamos. Isso nos dá experiência para saber como abordar, cuidar e tratar, de modo que os jovens se sintam realmente acolhidos dentro do Pronasci”, afirmou.

SOBRE O PRONASCI – O Pronasci Juventude é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, executada em Pernambuco pelo IFPE. A meta do programa no estado é atender 500 adolescentes e jovens em situação de extrema vulnerabilidade nos bairros do Cordeiro, Ibura e Joana Bezerra, no Recife, e em Ponte dos Carvalhos e Gaibú, no Cabo de Santo Agostinho. Com foco na redução da violência letal contra a juventude negra e periférica, o programa integra ações de proteção social, elevação da escolaridade e formação profissional, sempre alinhadas ao desenvolvimento humano sustentável.

As capacitações cumprem papel decisivo na preparação das equipes que estarão na ponta do programa. Além de oferecer ferramentas técnicas, os encontros contribuem para que o trabalho nos territórios seja feito de forma crítica, responsável e transformadora, assegurando que os jovens sejam acolhidos e reconhecidos como sujeitos de direitos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: DCom – Reitoria

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