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Começam os seminários de Agroecologia e de Educação do Campo do IFPE
Eventos acontecem de forma híbrida de 2 a 4 de maio
Começaram nesta terça-feira (2) o 6° Seminário de Agroecologia e o 5° Seminário de Educação do Campo do IFPE. A cerimônia de abertura foi realizada no auditório do prédio central do Campus Vitória de Santo Antão, que neste ano sedia os eventos.
Os seminários acontecem de forma híbrida (presencial e remoto), no período de 2 a 4 de maio. O tema desta edição é “Resistências camponesas construindo a Agroecologia e a Educação do Campo”.
As boas-vindas aos(às) participantes foi com a apresentação do grupo LiterAtos, projeto de Extensão do Campus Vitória que une Literatura e Teatro há 10 anos. “Nós estamos aqui hoje fazendo essa louvação à cultura popular, principalmente a de povos do campo. Esta cidade, Glória do Goitá, e muitas outras da região, são oriundas do campo, e que bom estarmos aqui hoje, neste evento grandioso. Que massa que essa escola tem esse viés muito relacionado com o campo, É muito bom estar aqui com esse brinquedo das pessoas do campo”, disse o professor Rafael Setestrelo, coordenador do LiterAtos.
A solenidade de abertura
Gestores, gestoras e estudantes do IFPE, representantes de outras instituições e de movimentos sociais marcaram presença na cerimônia. Compuseram a mesa solene: a pró-reitora de Extensão, professora Ana Patrícia Falcão; o coordenador de Extensão com os Povos do Campo, professor André Gonçalves; a representante da comissão organizadora do evento, Gizelia Barbosa; o diretor-geral, professor Mauro França; a representante da FETAPE, Cícera Nunes; a representante do MMTR-PE, Ana Paula; a representante da Comissão Estadual das Comunidades Quilombolas, Márcia do Angico; a representante do MTST, Janja; a representante da CPT, Plácido Júnior; a representante do MST e deputada estadual, Rosa Amorim; o secretário de Agricultura de Vitória de Santo Antão, José Cláudio; o secretário de Agricultura de Chã Grande, Hildo; a representante do Capivaras da Resistência, Brena Karine; a representante da FENET, Júlia; o representante do Sides-IFPE, Felipe Soares; o representante do Comitê Pernambucano de Educação do Campo, Antenor Lima; e Clícea, do Sintepe.
“Estamos no momento, na hora e na vez de a gente pautar uma educação do campo construída pelos movimentos sociais, por diversas organizações, mas em parceria com os institutos federais e com as universidades. Neste momento de retomada, que vocês possam fazer um grande seminário pautando a Agroecologia como caminho possível para a Agricultura, que paute a vida e a morte”, disse a deputada estadual Rosa Amorim.
A presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape), Cicera Nunes destacou a importância da Educação do Campo e do presente de oportunidades para garantirmos o futuro. “Nós precisamos de campus como este, de universidades, de escolas no campo, precisamos de grades curriculares que tenham a nossa história e a nossa cultura”, disse.
“Hoje o IF está indo às comunidades. Saiu dos campi e está dentro dos territórios. Mas sabemos que ainda é muito difícil, porque para os nossos alunos saírem dos territórios, com transporte, para chegarem até os institutos, ainda é difícil. Mas juntos, com as lutas, nós vamos conseguir ocupar os institutos e as universidades”, Márcia de Angico.
A coordenadora da Comissão Organizadora, Gizelia Barbosa, agradeceu a todas as instituições, organizações, servidores(as) e estudantes envolvidos na realização dos seminários. “Esse evento foi pensando com muito carinho e muito amor. Os seminários foram construídos por essas mãos, pelos povos que realmente estão construindo a Agroecologia e a Educação no campo, do campo e para o campo. E o IFPE abre esse espaço, que está sendo ocupado por filhos e filhas, netos e netas de agricultores e agricultoras, que estão construindo esse campo que a gente quer e que é nosso ideal”” disse a professora Gizelia Barbosa.
O Coordenador de Extensão com os Povos do Campo, André Gonçalves, fez um histórico dos seminários de Agroecologia e de Educação do Campo do IFPE, desde 2018. Neste ano, um seminário com a alegria e a luta pela Educação do Campo e pela Agroecologia. Um seminário em que o IFPE fala sim aos gays, às lésbicas, aos travestis, aos quilombolas, o IFPE diz que quer os originários, os assentados, os ocupantes de reforma agrária e os agricultores familiares. O IFPE fala um rotundo não à agricultura do veneno, ao agronegócio, àqueles que durante 500 anos exploraram, mataram de maneira intensa nossos povos”, disse André Gonçalves.
A pró-reitora de Extensão, Ana Patrícia Falcão, falou da mobilização da Pró-Reitoria para a realização de eventos como este, e destacou o trabalho de diálogo com as comunidades que têm sido construído continuamente desde 2016. “Vocês não imaginam o esforço que fizemos institucionalmente para continuar resistindo e estarmos aqui no dia de hoje. Foi esforço financeiro, porque foi muito difícil a gente existir. Não havia recurso, mas a gente tinha a vontade e fizemos porque estávamos e estamos com vocês dos movimentos sociais. Foi o poder de transformação de cada um de vocês que fez esse seminário resistir”, destacou Ana Patrícia Falcão.
Feira
Na área em frente ao prédio central, foi realizada a Feira de Saberes e Sabores Ligas Camponesas e Rodas de Conversa. “A feira tem várias rodas de conversas com esses protagonistas e essas protagonistas. Participem desses vários espaços e espero que voltem com muito conhecimento para seus locais de origem”, ressaltou Gizelia Barbosa.
Mesa-redonda
Após a cerimônia de abertura foi realizada a primeira mesa-redonda, sobre o tema “Ocupar, resistir e produzir a Agroecologia e a Educação do Campo”. Participaram da mesa: Fernanda Savicki de Almeida (ABA,FIOCRUZ), André Soares (MST), Caetano Di Carli (UFAP) e Antenor Lima(FETAPE), com mediação do professor André Gonçalves.