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Aula magna do mestrado PROF-FILO é marcada pela emoção

Cerimônia foi realizada na última quarta-feira (22), no Campus Vitória


A abertura do curso e a aula magna do Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO) aconteceram na última quarta-feira (22), no auditório do prédio central do Campus Vitória de Santo Antão. O evento reuniu os(as) mestrandos(as), os professores(as),servidores(as) administrativos(as), gestores(as) e convidados.

A abertura do evento foi com a apresentação do grupo LiterAtos. Estiveram na mesa de honra, o reitor do IFPE, professor José Carlos de Sá; o diretor-geral do Campus Vitória, professor Mauro França; o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFPE, professor Mário Monteiro, a coordenadora de Pós-Graduação do IFPE, professora Magadã Lira, e o coordenador de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Campus, professor Renato Lemos, e do coordenador do Núcleo do IFPE do PROF-FILO, professor Lucas Dantas.

A aula foi ministrada pelo professor Junot Cornélio Matos, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sobre o tema: “Ensino de filosofia, democracia e verdade: como a escola pode contribuir”.

Importância para o município e para Pernambuco
O coordenador do Núcleo do IFPE do PROF-FILO, professor Lucas Dantas, destacou que o curso, com sede no Campus Vitória, é um marco também para o município, pois é a segunda pós-graduação stricto sensu, a primeira na área de formação de professores.

“Também destacamos o ensino de Filosofia – área/objeto do curso – em Pernambuco, em que somente 87 dos 800 professores que lecionam filosofia são formados na área, segundo a própria secretaria estadual de Educação”, disse o coordenador.

Dia de reencontros
Entre os nove alunos e alunas da primeira turma do mestrado PROF-FILO no IFPE está José Antônio Ferreira da Silva, natural de Pesqueira e professor das redes estadual e municipal em Itaíba, no Sertão de Pernambuco. Aos 52 anos, ingressar no mestrado em Filosofia é a realização de mais uma etapa de um sonho antigo, e por isso, a cerimônia foi marcada pela emoção.

José Antônio contou que aos 35 anos trabalhava como vendedor e foi convidado por um amigo e pelo professor Mário Monteiro (então diretor do CEFET-Pesqueira) para dar uma palestra para a primeira turma de formandos(as) do curso técnico em Enfermagem. Depois da palestra, ele foi convidado pela então secretária municipal de Educação para dar uma formação para os professores. “Mas eu expliquei que não podia, porque não tinha graduação. Então o município propôs pagar a graduação para mim”, contou José. “Fiz o vestibular para Filosofia e passei, mas não formou turma. Então fiz minha graduação em Letras”.

Depois ele fez especialização em Linguística, trabalhou na faculdade onde estudava, trabalhou em escolas privadas e foi aprovado em concursos públicos para atuar como professor de Língua Portuguesa, mas sempre que possível assumia também alguma disciplina de Filosofia. Quando veio a Pandemia da Covid-19, José decidiu fazer uma especialização em Filosofia a distância, e também a graduação na área.

“A presença do professor Mário na cerimônia trouxe tudo isso de volta. E depois daquele momento inicial, fui cumprimentá-lo e relembrei essa história. Foi muito emocionante”, contou José Antônio.

Volta para casa
A primeira aula do mestrado também trouxe um sentimento muito especial para Mário Agustinho da Silva Júnior. “Foi uma emoção incrível. Para mim, é uma volta para casa”.

Filho de Mário Agostinho, que foi motorista do Campus Vitória por 36 anos e faleceu em 2021, vítima da COVID-19, ele conta que nasceu e morou em umas das casas do Campus, e que quando completou 18 anos trabalhou como porteiro na instituição. “Fui vocacionado para a Educação, e nunca imaginei a possibilidade de voltar ao IFPE como um estudante de mestrado”, contou Mário.

Ele lembrou que ainda durante a seleção do mestrado, foi até o Setor de Transportes e fez uma foto junto à placa em homenagem ao pai. Depois postou nas redes sociais confiante que aquela seria a foto de sua aprovação. Ontem, já como aluno, ele ficou encantado como quem volta para casa depois de um bom tempo. “Foi fantástico ver a apresentação do LiterAtos, o cuidado nas palavras de cada setor e também dos professores que foram extremamente humanos e calorosos conosco”, comentou.

“Meu pai sempre torceu por mim e me incentivou com palavras e financeiramente para que eu estudasse. Estar aqui é a realização de um sonho e uma maneira de honrar todo o esforço dele para me dar um caminho de estudos”, contou Mário Agustinho Júnior, que completou: “Só gratidão e emoção na aula magna. Não contive as lágrimas”.

*Fotos enviadas pela Coordenação do Mestrado PROF-FILO

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