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Exposição “do campo, das Marias” retrata mãe e filha na agricultura familiar orgânica
Professora Tati Carvalho documentou a vida das duas no Sítio Dona Maria, em Uruçu-Mirim
Quem for ao 6º Seminário de Agroecologia e ao 5º Seminário de Educação do Campo do IFPE, no Campus Vitória de Santo Antão, pode visitar a exposição “do campo, das Marias”, da professora e fotógrafa Tati Carvalho. Ela documentou um dia das agricultoras familiares Dona Didi e Manu, mãe e filha, no sítio delas em Uruçu-Mirim, em Gravatá.
As fotografias foram feitas em 2020 e em 2021, e estão expostas no hall do auditório do prédio central até a tarde desta quinta-feira (4). Os visitantes e as visitantes também podem apreciar um álbum com fotos e trechos das cartas escritas de uma para a outra, no período que a filha morou no estado do Paraná.
Na última quarta-feira (3), durante a abertura da exposição, Dona Didi, Manu e Tati se reencontraram para falar do afeto e da experiência que resultou nas fotografias. “Minha primeira experiência com foto, ainda criança, foi horrível. Eu corria de fotografia! Mas aí chegou Tati, com toda doçura, e no mesmo dia que nos conhecemos, naturalmente, as fotos aconteceram”, contou Dona Didi.
Manuela lembrou da amizade com a professora Tati, que começou quando ela inda esta aluna do Técnico, atravessou todo período da graduação em Agronomia e permanece até hoje. “Quem é fotografado por Tati nem sente que tem uma câmera ali. No dia das fotos, a gente estava fazendo o que sempre faz no sítio e de repente ela chegava e mostrava as fotos maravilhosas. Receber Tati em casa é sempre saber que tem alguém que olha para você e realmente valoriza o que você faz”, disse Manu.
Tati Carvalho contou aos(às) visitantes como foi a experiência de fotografar mãe e filha no Sítio Dona Maria e, depois, falou sobre o processo de produção da exposição. “É importante a gente falar de agricultura familiar através de palestras, de rodas de conversas, mas também através da arte. A agricultura é uma atividade que às vezes é muito romantizada, mas é muito difícil. Eu espero que a gente possa contribuir para um olhar para as pessoas do campo, através das histórias que conseguimos retratar dessas duas mulheres.
Mãe e filha falaram dos tempos difíceis, durante a pandemia e quando as duas estavam geograficamente distantes, mas também falaram de amor, de união e da força que sempre tiveram para recomeçar ou permanecer na Agricultura Familiar. “Hoje estou muito feliz. Não me vejo em outro lugar que não seja na Agricultura Familiar Orgânica. É muito gostoso produzir alimentos saudáveis, plantar e colher cada hortaliça ou fruta pensando na família que vai receber aquele produto, é muito gostoso encontrar as pessoas na feira e levar o resultado do seu trabalho. Essas fotos retratam o trabalho, mas também o banho de bica, o passeio a cavalo, a felicidade. E é isso que as pessoas precisam entender.”, disse Manu.