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Sistema RailBee chega aos trilhos

Projeto que propõe aperfeiçoamento do atual sistema de monitoramento de metrôs da RMR encaminha-se para última etapa


Frente a um cenário complexo para análise e controle do funcionamento de metrôs na Região Metropolitana do Recife (RMR), grupo do IFPE oferece alternativa viável para aperfeiçoar a avaliação desse tipo de veículo em operação. Atualmente, a apreciação sobre as condições de funcionamento de um metrô do Sistema de Trens Urbanos do Recife exige a retirada do veículo da operação comercial, efetuação de uma instalação, que pode durar até 12h, do instrumento de medição e registro, além da disposição do metrô em algumas rotas programadas a fim de se registrar seu desempenho. A análise dos dados é finalizada um ou dois dias depois e, se alguma falha for registrada, o problema é resolvido. Por ser um processo demorado, essa supervisão ocorre apenas em inspeções periódicas. O grupo do Campus Recife acredita que, diante de inovações tecnológicas, esse método passou a ser insuficiente e, em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos-Metrô do Recife (CBTU-Recife), desenvolve o RailBee, sistema de monitoramento de veículos sobre trilhos.

Trata-se de um sistema telemétrico dinâmico autônomo para monitoramento de veículos rodoferroviários em vias permanentes idealizado pelo professor de Eletrônica e Telecomunicações do Campus Recife Rômulo Araújo. Ele conta com a colaboração de estudantes dos cursos técnicos de Telecomunicações e Eletrônica e Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, por meio das bolsas de Extensão (PIBEX) e Iniciação Científica (PIBIC) ofertadas pelo IFPE, para desenvolver a tecnologia, bem como um financiamento fornecido pelo CNPq-SETEC/MEC, para cobrir as despesas de desenvolvimento, produção e instalação. “O RailBee analisa os metrôs em tempo real, fornecendo informações confiáveis sobre o metrô diretamente para o Centro de Controle Operacional, além de armazená-las em um banco de dados para análises posteriores”, explica Rômulo, dedicado ao projeto desde a realização de sua tese, há dez anos. “O sistema consegue visualizar ocorrências no momento em que acontecem, informando os profissionais para que eles possam consertar a situação e evitar transtornos aos passageiros. Quanto mais rápido se identifica o problema, mais rápido ele pode ser resolvido”, argumenta.

A instantaneidade do RailBee, esclarece Steffano Xavier, estudante de Eletrônica integrante do grupo, é possível por conta da tecnologia ZigBee utilizada por eles, que envia sinais via radiofrequência entre os dispositivos em uma comunicação de baixo custo, possível de ser comparada ao Wi-fi e ao Bluetooth. “É basicamente uma rede de dispositivos fixos ou móveis, chamados de nós, com o objetivo de monitorar e controlar algum fenômeno. No caso do sistema RailBee, os nós foram criados, produzidos e instalados exclusivamente por nosso grupo e adaptados para participação em eventos tecnológicos, como na Mostra Tecnológica do 12° CONNEPI, em que somos os atuais bicampeões”, detalha o discente. Como parte da parceria com a CBTU-Recife, os dispositivos foram instalados nos metrôs e nas estações que compõem a Linha Sul Recife-Cajueiro Seco, além do dispositivo no Centro de Controle Operacional dos metrôs da CBTU-Recife. Em termos de inovação tecnológica, no ano de 2018, em relação à Propriedade Intelectual, o Grupo RailBee com o IFPE realizou um depósito de Patente e um registro de software junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A resposta à iniciativa tem sido bastante favorável. Em 2019, o grupo vai se dedicar à última etapa do projeto de Extensão e Iniciação Científica, em que será realizada a transferência de tecnologia do IFPE para a CBTU-Recife. “O processo consiste em transferir e capacitar os engenheiros, técnicos e controladores de tráfego da CBTU-Recife a usar a tecnologia que nós desenvolvemos e produzimos para que eles assumam o controle da instalação, operação e manutenção”, pontua Rômulo. Para o professor, a relevância quanto à execução do projeto é inegável. “É importante para população que se locomove por metrôs, pois oferece uma melhor prestação de serviço. Essencial para a CBTU-Recife, por facilitar o monitoramento e o controle do sistema. Além de um grande estímulo para os corpos discente e docente, ao colocar em prática todo ensino e pesquisa desenvolvidos nos laboratórios, promovendo a educação baseada no princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, contribuindo com a melhoria da qualidade da prestação de serviço para a sociedade”, finaliza o pesquisador.

 

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