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Estreia da peça “Retratos de amor”, do grupo Arte em Movimento, lota auditório

Espetáculo resulta de trabalho intenso de um ano desenvolvido no âmbito da Extensão


Já era de tarde, precisavam aquecer para a apresentação da noite. Afinal, se tratava da primeira vez no palco para muitos e da estreia de um espetáculo construído coletivamente ao longo de um ano. O corre intenso como todo o processo até ali. Maquiagem, cabelo, figurino, exercícios corporais e de voz, testes de iluminação e som. Faltava somente a prece. De mãos dadas, o grupo enaltecia a potência do trabalho conjunto e vibrava por uma bela encenação. As deusas e deuses do Teatro pareceu atendê-los. O público que lotou o auditório do Campus Recife, nesta quinta-feira (28), para prestigiar o lançamento da peça “Retratos de amor”, do Arte em Movimento (NAC/IFPE), teve a oportunidade de ver um elenco inspirado, em total entrega a um texto inteligente, crítico, maduro. O espetáculo é fruto de projeto extensionista essencial em Arte e Cultura e integrou a programação da 10ª Mostra de Extensão da Instituição, que se encerra neste sábado (30).    

Foi justamente o caráter coletivo da montagem um dos aspectos destacados por Gabriela Caldeira, a Gabi, enquanto ajudava parceira de cena a se arrumar. Ela, integrante do Arte em Movimento já há cinco anos e egressa do curso de Química Industrial do Campus, deu ênfase em aspectos para além de todo o trabalho de consciência corporal e exercícios de voz, por exemplo, que tem a oportunidade de desenvolver: “A apresentação em si representa o fechamento de um ciclo. Na realidade, 90% da obra é um trabalho coletivo desenvolvido atrás do palco. Todo mundo participa do texto, da criação do figurino, cenografia. A gente tem a possibilidade de se expressar de diferentes maneiras que não só com a voz e de aprender sobre si e o outro, desde questões mais básicas, como o respeito e o contato com diferentes pontos de vista”. “É um incrível exercício de autoconhecimento”, reforçou a colega Giovanna Janine (7º período, Química), já pronta.

Bem sabe disso Nathália Ventura, a Nathi (7ºP, Quím.), que revelou sobre a timidez e o medo de se expor, antes de entrar para o grupo, há três anos. “O teatro tem sido uma experiência profunda. Hoje acredito mais em mim e no que faço”, compartilhou. Da plateia, a mãe veio a conferir de perto a atuação confiante de Nathi e dos colegas e comentou, ao final do espetáculo, durante o bate-papo com o elenco, sobre a abrangência do trabalho com teatro feito no Campus, parabenizando o empenho da turma, em especial, o papel do coordenador do Arte em Movimento e diretor da peça, Jãvi Lima.        

A peça – As fotografias escondem muito mais do que os olhos podem ver. Que histórias as imagens fotográficas carregam até o click definitivo? A partir de retratos de amor, de diferentes épocas, o grupo Arte em Movimento criou e deu vida no palco a histórias de encontros e desencontros envolvendo o sentimento, traduzido nas suas diferentes possibilidades, como a relação mãe e filho, o poliamor. Dividida em esquetes, a peça trouxe a figura do fotógrafo, interpretado por distintos participantes, a costurar a malha narrativa na passagem de uma trama a outra. Os artistas se revezaram nos papéis, exploraram soluções cênicas criativas e entregaram ao público, que se mostrou cúmplice do início ao fim do espetáculo, uma obra resultante de um passeio por diferentes linguagens artísticas. A mensagem ficou clara: o amor é imperativo, o que realmente importa. Todo respeito, portanto, às diferentes formas de se amar.

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