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De Recife para Harvard

Dupla de estudantes experimenta uma semana de imersão em projeto de universidade americana


Os estudantes do curso técnico integrado de Eletrônica Ícaro Nunes e Victor Maia viveram entre os dias 19 e 24 de novembro uma experiência inesquecível. A dupla passou uma semana na Universidade de Harvard, onde participou do programa de mentoria “Village to Raise a Child”. Eles foram selecionados por desenvolverem o DocAssist, dispositivo capaz de detectar o câncer de pele ainda em estágio inicial através da radiação infravermelha.

No total, cinco jovens de todo o mundo participaram do programa, todos selecionados por fazerem a diferença social na comunidade em que vivem através de uma solução inovadora. Juntos, eles passaram uma semana de imersão no campus da Universidade, assistindo a uma série de palestras sobre empreendedorismo social. Houve também a oportunidade de conhecer laboratórios e pesquisadores como Dr. Linsey C. Moyer que é engenheira biomédica da instituição. “Foi uma experiência incrível e muito construtiva”, comentaram.

Pelo regulamento da Universidade, apenas um dos estudantes recebeu a bolsa de financiamento completo para participar da semana de imersão. No entanto, a experiência não poderia ficar completa se a dupla não fosse junta. Foi por isso que a Direção-Geral decidiu por financiar a viagem do segundo componente. “Nossa principal motivação é estar presente com os nossos estudantes, seja em sala de aula, seja nos momentos em que eles alçam voos mais ambiciosos”, explicou o diretor-geral do Campus professor Marivaldo Rosas.

“O IFPE nos ajudou na construção do nosso conhecimento, da nossa independência e nos motiva a procurar o que é melhor”, afirmou Victor durante o encontro em que recebeu seu troféu de bronze por participar da SAPIENTIA. Denominada como uma Olimpíada do Futuro, a SAPIENTIA reúne conhecimentos de história, geografia, sociologia e filosofia e é dividida em duas fases. Na primeira etapa o estudante faz uma prova e na segunda escreve um texto dissertativo. Victor teve que escrever sobre o desmatamento da Amazônia e seu impacto econômico, climático e social no nosso dia a dia. Para o estudante, a participação na Sapientia foi um momento interdisciplinar valioso: “É uma oportunidade de juntar conhecimento de várias áreas e exercitar isso”.   

Durante a entrega do troféu estiveram presentes, além da dupla de estudantes e Marivaldo, o diretor de Ensino Ulisses Teixeira. Para os gestores, as conquistas dos discentes é motivo de muita comemoração e reconhecimento. “Temos uma comunidade acadêmica muito produtiva e precisamos sempre celebrar suas conquistas”, disse Ulisses.

Sobre o DocAssist – Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos anos cerca de 200 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de pele. Para a Organização, uma das maneiras mais efetivas de combater a doença ainda é a prevenção. Pensando nisso, os estudantes desenvolveram um dispositivo ótico, que emite radiação infravermelha que é refratada em casos de tumores cancerígenos. “Existem padrões sanguíneos diferenciados quando há um tumor porque a área se torna mais vascularizada e reflete mais as radiações infravermelho, por isso o sangue funciona como um ponto de detecção óptico e identifica o câncer de pele mesmo no seu estágio inicial”, explica Ícaro sobre o funcionamento do aparelho.

Victor e Ícaro levaram cerca de três meses para desenvolver o protótipo, que contou com o apoio de diversas fontes. A impressão 3D foi feita por um amigo, alguns materiais foram pegos emprestados, outros tirados de dispositivos quebrados ou comprados. Assim como na tradução literal do nome do concurso que os levou a Harvard, Village to Raise a Child (Vila Por Trás do Jovem), é mesmo preciso uma vila para fazer ciência.

Para saber mais sobre o DocAssist acesse o Instagram (@sciall.tech)

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