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Difusão da leitura entre os jovens em pauta

Público aproveitou a experiência da troca de obras logo na entrada do evento pelo Dia Internacional do Livro, que reuniu poetas independentes da cena cultural local


A temática “Da criação à publicação: desafios aos jovens poetas” esteve em discussão ao longo desta quarta-feira (24), no auditório do Campus Recife, por ocasião de evento comemorativo ao Dia Internacional do Livro. A primeira mesa-redonda do encontro organizado pelo projeto de Extensão Clube do Livro contou, durante a manhã, com a participação dos jovens escritores pernambucanos Philippe Wollney, Sandro Gonzaga, Josivaldo Custódio e Netinho Batista.

As professoras de Língua Portuguesa do Campus Recife Virgínia de Freitas e Alessandra Oliveira abriram o evento, que teve ainda a contribuição do docente Gustavo Amorim e da extensionista do projeto Helena Cavalcante. Na ocasião, a estudante ressaltou a importância de práticas integrativas de leitura e iniciativas como o Clube do Livro para alunos da Instituição. 

Durante a mesa, os convidados compartilharam um pouco de suas trajetórias como escritores independentes. Em destaque, a paixão pessoal pelas letras despertada ainda na adolescência e um universo de dificuldades em uma região na qual o hábito da leitura ainda é pouco estimulado, seja pela ausência de bibliotecas, seja pela falta de uma “malha urbana cultural” capaz, por exemplo, de concentrar teatro, galeria de arte, museu, livrarias e cinema, no interior do Estado.

“Em Goiana, minha cidade, não encontramos bibliotecas para termos acesso ao livro físico com maior facilidade. Muito menos, editoras para publicarmos nossas obras. Por isso, me tornei editor independente”, dividiu o poeta Philippe Wollney. Por esse motivo, encara sem preconceitos a difusão do livro digital. “Ele supre a necessidade de amantes de livros que não têm acesso à biblioteca e não podem comprá-los”, complementou.

O estudante de Medicina Veterinária da UFRPE e ex-aluno do IFPE Netinho Batista, que não é editor, encontrou na declamação uma forma de propagar suas produções. “Não é só o livro físico que importa. Tenho como atingir as pessoas através da oralidade. Afinal, a poesia começou por ela”,  afirmou o jovem poeta de 23 anos. Ele começou a produzir poemas populares a partir dos doze, incentivado por tio também escritor. 

Em sua participação, Sandro Gonzaga, escritor de Goiana (PE), apontou a satisfação em meio ao seu processo formativo como leitor. “Tive a sorte de ter em mãos os grandes clássicos, apesar de ser oriundo de uma cidade que padece de uma escassez de bibliotecas. Essas obras foram transformadoras em minha vida”. Ele tinha o hábito de se reunir com colegas leitores para recitar livros. Resolveu criar oficinas de leitura na cidade de Condado, com estudantes de onze a dezoito anos. O incentivo rendeu o livro “A Voz do Novo Tempo”, coletânea de poemas escritos pelos jovens envolvidos.  

Professor de Literatura da Universidade de Pernambuco (UPE), Josivaldo Custódio também levou sua contribuição ao evento. Declamou versos de Castro Alves e de vários poetas cordelistas. Para o docente, a poesia jamais morrerá, porque pertence à essência humana. O público conferiu exposição de obras dos escritores presentes e apresentação do Coral Popular do IFPE. A programação seguiu pela tarde, com outra mesa-temática, conduzida pelos artistas Sílvio Hansen, Márcia Maracajá, Sidney Nicéas e Lilian Guerra

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