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Estudante do IFPE Recife é aprovado em universidade americana
Concluinte do curso de Eletrônica, Ryan também conquistou vaga em mundial de robótica junto com seu time do campus
Muitas pessoas acham que os sonhos não passam de uma coisa boba que não levam a lugar algum. Mas para o estudante egresso Ryan Gomes Paiva sonhar alto e acreditar nos estudos são o primeiro passo para realizar projetos de vida.
Foi com esse entusiasmo que o estudante recém-concluinte do curso Técnico Integrado em Eletrônica do IFPE Campus Recife apostou no seu potencial e está prestes a alçar voos ainda maiores. Ryan acaba de conquistar uma vaga em uma universidade americana. No final de agosto, ele embarca para os Estados Unidos para estudar na University of Wisconsin-Madison, universidade e centro de pesquisa localizados na cidade de Madison, estado norte-americano de Wisconsin, que fica no Centro-Oeste dos EUA.
Na instituição americana, o egresso vai estudar, simultaneamente, em dois bacharelados, programa conhecido como double-major, ou seja, graduação dupla, por meio do qual irá cursar Engenharia da Computação e Ciências Políticas. Antes do resultado dessa seleção no exterior, Ryan havia sido aprovado, via SISU, no curso de Direito em duas universidades brasileiras, USP e UFPE. Mas quando saiu o resultado da universidade americana, o estudante não pensou duas vezes. “É com certeza uma experiência nova e um novo mundo a ser descoberto, me habituar com a língua, a distância de casa, o rigor acadêmico, mas acredito que será o processo base para lapidar futuros sonhos”, avalia.
Sobre a motivação em estudar dois cursos tão distintos em uma universidade estrangeira, Ryan destaca que a interdisciplinaridade bastante trabalhada no ensino do IFPE o incentivou a ter interesse não somente no técnico e nas tecnologias, mas também na parte humana e social. “Tudo relacionado à tecnologia que pude desenvolver durante o IF me mostrava grandes ferramentas, mas todo este potencial, sem um impacto social me soava desconexo, por isso passei a acreditar que a tecnologia deveria ser a ferramenta para o social, engenharia pro social. Infelizmente no Brasil as grades curriculares acabam sendo restritas e não permitem explorar tanto essa vertente, já na universidade estrangeira poderei focar nessas duas grandes áreas para que eu possa trabalhar unindo essas áreas”, destaca.
Para que possa viajar e permanecer estudando tão longe de casa, o estudante terá toda a sua estadia e estudos pagos por meio de uma bolsa da instituição americana. A universidade ofereceu uma bolsa voltada para estudantes focados na temática “poverty alleviation” (redução da pobreza) em seus países de origem. “Dessa forma, poderei ter um investimento específico que me permita também buscar oportunidades para tornar meu conhecimento algo concreto, através de laboratórios mais exclusivos, como laboratórios de nanofabricação, ou oportunidades em estágios e ações sociais”, vislumbra Ryan.
Experiências no IFPE– Durante os quatro anos em que cursou Eletrônica no campus Recife, ele conta que teve oportunidades que o levaram a se aventurar por diversas áreas na instituição e fora dela, tendo participado da fundação do Clube de Relações Internacionais Sérgio Vieira de Mello, criação de comunidades de tecnologia como a Open Source, pesquisa científica como o projeto RailBee, ensino voluntário de tecnologia em escolas públicas do estado através do grupo Grendes&Labgeo, elaboração de patentes, time de robótica, eventos científicos nacionais e internacionais, entre outras atividades acadêmicas. “O IFPE foi como um grande catalisador e um campo de experimentação, além da formação, foi um lugar essencial para me conectar com pessoas que pudessem me ajudar, me fazer sonhar mais alto e aprender sobre o que eu precisava para me realizar. Tudo isso me moldou sobre o que eu gostaria de fazer, me permitiu errar, acertar, descobrir, me conhecer mais, me sentir parte de algo”, comemora o estudante.
Ele também pontua a presença de alguns professores que o incentivaram nessa jornada ao longo de sua formação técnica e acadêmica, com destaque para Rômulo Araújo, Erick Viana, Henrique Santos, Karla Daniele e Aida Araújo. “Meu eterno agradecimento a eles e por toda a educação que me deram. Estudar fora será uma grande responsabilidade, pois é o resultado de muita confiança e suporte de toda uma rede de apoio, então também estarei representando todos eles, e devo me formar para poder retornar meus conhecimentos para toda a comunidade”.
Nova conquista – As conquistas de Ryan não param por aí. O grupo de robótica do qual ele faz parte alcançou recentemente uma vaga na disputadíssima RoboCup Jr, uma espécie de copa mundial da Robótica, que vai acontecer em Bordeaux, na França, entre os dias 4 e 10 de julho deste ano. “O time de robótica foi mais uma oportunidade que pude me engajar no IFPE. Começamos agora mais próximos do fim do curso e foi o lugar onde pudemos colocar à prova nossos conhecimentos de eletrônica e programação”, explica o egresso.
No último ano, a equipe do IFPE Recife conquistou o segundo lugar na Latin American Robotics Competition (LARC), considerada a maior competição de robótica da América Latina, e esse feito rendeu uma vaga para o evento mundial. O time de Ryan é o único representante de escolas públicas brasileiras a participar do evento. “Estamos desenvolvendo robôs autônomos para jogar futebol. Iremos competir com equipes do mundo todo e com certeza temos algo especial para representar e, portanto, queremos fazer história e deixar nossa marca assinada lá”, pontua.
O grupo criou uma campanha virtual para poder conseguir doações a fim de custear a viagem de seus integrantes para participar da competição na França. Quem quiser pode ajudar acessando o link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ida-do-ifpe-a-robocup-jr ou ainda contribuir via PIX através da chave: ifosrobotssoccer@gmail.com
Perfil do grupo no Instagram: @ifpeopensource