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Estudantes do IFPE Recife conquistam bronze na Olimpíada Nacional em História do Brasil

Equipe foi a única de escola pública de Pernambuco a conquistar uma medalha na competição


A equipe Pernambuqueiros, formada pelos estudantes do 1º período de Segurança do Trabalho do IFPE Recife – Maria Carolina Lopes, Maria Fernanda Ferreira e Pedro Barreto Falcão – com orientação da professora Leda Correia, conquistaram medalha de bronze na final da 16ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), realizada no último final de semana (24 e 25/08), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. A equipe também leva o feito de ser a única de escola pública de Pernambuco a conquistar uma medalha na competição.

“Foi um sentimento incrível, no primeiro período, conseguir representar o IFPE em uma olimpíada tão nobre e enriquecedora”, destacou Carolina Lopes. A estudante conta que a admiração pela disciplina de História a motivou a participar da Olimpíada. “Meu pai é professor de História, então tive a quem puxar. Mas a alegria em saber que construiria essa jornada com amigos tão bons foi um dos motivos. Ademais, os benefícios acadêmicos que a Olimpíada me acarretaria também contribuíram. Criamos vínculos e amizades maravilhosas com as outras equipes e, com certeza, levaremos isso para sempre”, completou.

Já o interesse em estudar de perto a história do Brasil, aprendendo mais sobre os acontecimentos e encantos do país foi o levou Pedro a participar da competição. “Exercitar o papel do historiador também me motivou, uma vez que entramos em contato com alguns trabalhos realizados por um profissional da História, como por exemplo, transcrever uma paleografia do século XX”, explicou o estudante. “Mostramos e provamos ao Brasil o poder que há na educação pública federal de Pernambuco ao sermos a única equipe de escola pública do nosso estado a conseguir uma medalha”, ressaltou com emoção.

Pedro, que neste ano também conquistou o bronze na Olimpíada Canguru de Matemática, diz que seguirá se preparando para representar o IFPE em outras olimpíadas. “As olimpíadas científicas auxiliam o meu desenvolvimento enquanto aluno e enquanto pessoa, abrindo oportunidades para a obtenção do conhecimento”.

Maria Fernanda, a terceira integrante da equipe, relembra que já havia participado de outras olimpíadas na antiga escola em que estudava, mas nunca tinha conseguido ir tão longe. “Esse ano eu senti uma vontade muito maior de me dedicar pra alcançar esse objetivo, principalmente porque é o meu primeiro ano estudando no IF. Foi muito mais que só acertar, foi uma amizade que foi criada, um vínculo muito forte entre nós”. Sobre a motivação em participar, ela enfatiza que de certa maneira a competição também traz uma diversão: “Uma diversão de estar feliz em cada fase, de encontrar novos desafios e ver o desejo de superar você mesma e não os outros colegas”.

A estudante ressaltou ainda o papel desempenhado pela orientadora Leda Correia nessa conquista. “A ONHB é muito mais do que responder perguntas fechadas, ela pede uma crítica social, uma crítica sobre aquele tema apresentado. Ela sempre soube mostrar pra gente, abrir nossos olhos, apresentar fatos históricos ou fazer a gente ler muitos artigos e livros pra ver se aquela informação tava certa mesmo. Foi muito essencial essa habilidade de perceber nas pequenas coisas”.

Interdisciplinaridade e aprendizado valioso – Para a professora Leda, a ONHB é uma experiência ímpar na aprendizagem em História e na construção de um saber histórico que amplia a capacidade de análise crítica da realidade, além de possibilitar que o conhecimento produzido nas universidades cheguem na educação básica. De acordo ela, os alunos se deparam com questões que exigem estudo, pesquisa e reflexão, que não estão limitados aos conteúdos estudados na disciplina em sala de aula. “Ao participar de uma olimpíada como essa, os estudantes são provocados a pensar historicamente, a desenvolverem sua consciência histórica e a perceber que a construção do saber histórico também exige uma mobilização de outros conhecimentos, pois a olimpíada traz isso muito claro, a perspectiva da interdisciplinaridade”.

É por isso que o trabalho realizado em outras disciplinas é, segundo a docente, bem importante nesse processo. “Dois dos estudantes da equipe participam do projeto desenvolvido por colegas da área de Língua Portuguesa, o Projeto IFPE Nota 1000, e isso ajuda muito os estudantes que participam da ONHB, especialmente na atividade da fase 5 e na prova final”, pontuou.

Sobre a presença de estudantes da instituição em eventos como esse, Leda considera que ainda é muito pequena e aposta em ações de incentivo para no futuro aumentarmos esses números e as conquistas. “No IFPE temos a participação de estudantes em várias olimpíadas científicas, na área das Ciências Humanas ainda parece-me pouco. Penso que estimular e possibilitar aos estudantes a participação nesses eventos é algo que contribui muito para a formação integral que desejamos e que temos por princípio. A medalha é uma conquista importante para os estudantes e tem um significado especial, mas o que aprendem nesse processo é algo muito valioso”, destacou a docente.

Números da Olimpíada – A ONHB é promovida anualmente pela Unicamp, sendo voltada para estudantes dos ensinos fundamental e médio. A olimpíada foi composta de seis etapas virtuais e da etapa final realizada de forma presencial. No total, cerca de 51 mil grupos de todo o país, cada um com três estudantes, participaram dessas competições virtuais durante cinco semanas, entre os meses de maio e junho, cumprindo várias atividades e uma prova por semana.

Para a etapa final da Olimpíada, foram convocadas 340 equipes, sendo 31 de Pernambuco. Elas tiveram que realizar uma prova dissertativa sobre a repatriação do Manto Tupinambá, do século XVI. O Manto se encontrava no Museu Nacional da Dinamarca e foi entregue ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, em julho de 2024. Além disso, os estudantes tiveram que refletir sobre questões da cultura material. Dos grupos participantes, 81 receberam medalhas, sendo o destaque para o Nordeste, que conquistou 54. De Pernambuco, foram 14 equipes medalhistas, sendo  13 de escolas particulares e apenas uma de escola pública, a equipe Pernambuqueiros do IFPE Recife.

             

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