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Projeto de Extensão CineFilô inicia suas atividades

Ex-Machina foi o filme escolhido, abrindo o debate filosófico a respeito de inteligência artificial


Estreou na última segunda (11) o projeto de Extensão CineFilô, com a exibição do filme Ex-Machina, seguida por um debate filosófico sobre o tema “Inteligência artificial e filosofia”. Com a proposta de trazer um filme por mês para exibição e abrir um espaço de fala após as sessões, o projeto promove a prática do cineclubismo no Campus Recife.

Desde que o cinema se propagou pelo mundo, apreciadores dessa arte começaram a se reunir para, juntos, estudarem e debaterem os filmes selecionados. Essa prática, que surgiu formalmente na França nos anos 1920, ganhou o nome de Cineclube. Não tardou em se espalhar para outros países e em 1928, no Rio de Janeiro, foi fundado a entidade Chaplin Club, o primeiro cineclube brasileiro. E nos anos seguinte à sua chegada ao Brasil, os cineclubes se expandiram, sofreram perseguição e censura, e se estabeleceram como um mecanismo de ampliação da circulação dos saberes e fazeres para seu público, especialmente nas universidades.

Responsável pela iniciativa, a professora de Filosofia do Campus Fernanda Celi participa e incentiva esse projeto há quase cinco anos. Para ela, o CineFilô tem sido uma enorme oportunidade de aprendizagem e trocas interdisciplinares para todos os envolvidos. “Tanto entre os docentes colaboradores e convidados envolvidos no projeto, com o olhar interdisciplinar das temáticas, quanto entre docentes e discentes, visto que os estudantes também trazem contribuições, questionamentos e inquietações. É um espaço muito oportuno de encontro e diálogo respeitoso e profícuo”, descreve a docente.

Para a professora e as duas bolsistas do projeto, Julia Texeira e Teresa Nogueira, ambas do curso integrado de Química, a estreia superou as expectativas.  “Estou muito contente. O grupo estava muito à vontade para interagir e os questionamentos surgiram de forma espontânea e com muito envolvimento com a temática”, conta Fernanda. Um cartão de fidelidade foi entregue no fim da sessão e os que participarem de todas elas poderão obter um certificado de extensão com a carga horária total do projeto.

O debate que se sucedeu ao filme trouxe fundamentação conceitual para o tema, promovendo um teor filosófico e sociológico que a maioria dos participantes – estudantes do ensino médio – não tinha contato. Para Vinícius Lima, do curso técnico integrado de Mecânica, que nunca participou de um cineclube antes, a experiência foi muito interessante. “No debate, as pessoas expressaram várias opiniões, falaram de coisas que não tinham percebido enquanto assistiam ao filme. Esse tema de ficção científica não é algo que me atrai, mas aqui pude ter uma visão diferente sobre a filosofia por trás da temática”, relata.

A bolsista Julia afirma que para a próxima exibição, que está marcada para 22 de abril, o foco é aumentar o público. “Esse é um projeto de Extensão, então desejamos alcançar a comunidade externa, compartilhar esses conhecimentos com a população, em especial os estudantes de escolas públicas dos arredores”, explica.  Afinal, este é o objetivo de um cineclube: abrir um espaço para que, por meio do cinema, os espectadores reflitam e analisem as questões sociais, políticas, filosóficas, religiosas e morais que permeiam nossa sociedade.

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