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1ª Semana da Pessoa com Deficiência discute inclusão, acessibilidade e capacitismo

A primeira edição do evento, realizado no IFPE-Campus Ipojuca, contou com palestras de convidados, debates e vivências entre os estudantes


Foi realizada no IFPE-Campus Ipojuca, entre os dias 19 e 23 de setembro, a primeira edição da Semana da Pessoa com Deficiência. O evento, organizado pelo Núcleo de Apoio à Pessoa com Deficiência (Napne) e pela Direção de Direitos Humanos do Campus (DDH), reuniu a comunidade acadêmica para a discussão de desafios ligados à acessibilidade e ao capacitismo (posturas que revelam discriminação ou preconceitos contra pessoas com deficiência).

“A semana foi emocionante e rica em aprendizados. Conseguimos criar espaços de conscientização e sensibilização sobre a necessidade de incluir as pessoas com deficiência na sociedade, em especial na nossa realidade como ambiente educacional”, disse a coordenadora do Napne, professora Manuelle Teixeira. “Acho que o evento até ultrapassou as expectativas em temos de envolvimento e participação dos estudantes, que protagonizaram vários momentos de discussão. Isso foi maravilhoso”, afirmou.

Como um dos destaques da semana, ela destacou a participação de Clayton Carlos, do curso técnico em Química, relatando sua experiência como estudante surdo no Campus Ipojuca, na palestra inaugural. A palestra foi proferida pelo professor Antônio Carlos Cardoso, coordenador do Núcleo de Acessibilidade da UFPE, e foi a primeira atividade conduzida no Campus inteiramente em Libras, mediada por intérpretes para a audiência de ouvintes; ele destacou a importância da legislação e da comunidade (família, professores, colegas) no processo de inclusão educacional e social das pessoas surdas.

VivênciaPCD07.jpgA programação da Semana contou ainda com duas sessões do Cineclube Inclusão, que exibiram o documentário “Audible”, sobre um esportista surdo que enfrenta um grande desafio pessoal; e também uma proposta de vivência experimental como pessoa com deficiência – estudantes voluntários puderam refletir sobre acessibilidade no Campus a partir de barreiras arquitetônicas e atitudinais encontradas com o uso de cadeira de rodas, olhos vendados e audição diminuída durante atividade em sala de aula.

A Semana também teve a participação do professor José Carlos Amaral, que atua na Coordenação de Políticas Inclusivas (Copi) do IFPE, ligada à Pró-Reitoria de Extensão. No bate-papo com estudantes, ele falou sobre sua trajetória educacional como pessoa cega e dos avanços e desafios para a efetiva inclusão de pessoas com deficiência nos ambientes do IFPE.

“Quando entrei na Copi, em 2014, nem todos os campi do IFPE tinham já formados seus núcleos de inclusão. Desde então, trabalhamos na criação dos estatutos e no fortalecimento desses núcleos, itineramos pelos campi com o projeto Inclusão em Ação, incluímos a questão da inclusão na revisão de planos de curso, construímos cartilhas voltada aos docentes”, conta Amaral. O professor destacou que hoje o IFPE tem mais de 200 estudantes com deficiência, e toma a questão da inclusão como desafio estratégico em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). “Mas os desafios ainda são grandes. Todos os dias atendemos algum Campus para suporte ou orientação em questões práticas de acessibilidade ou conscientização. E esse trabalho é importante, pois a inclusão não cabe somente aos Napnes ou à Copi; é algo que só se constrói com a coletividade”.

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