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Abril Indígena no Campus debate questão do marco temporal

Evento promovido pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) teve exibição de documentário e roda de conversa


O Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas do Campus (Neabi) promoveu, na última terça-feira (26), um cinedebate tematizando os preconceitos em relação a povos indígenas e o recente debate político-jurídico sobre o marco temporal.

O marco temporal é uma tese jurídica que advoga uma alteração na política de demarcação de terras no Brasil, excluindo o direito dos povos indígenas à reivindicação de terras não ocupadas no momento da promulgação da Constituição de 1988. Essa tese não apenas dificulta a demarcação de novas terras indígenas, como também abre espaço para conflitos em regiões já pacificadas. Leia mais sobre o assunto aqui.

“Existem muitos interesses envolvidos em confrontar a luta dos povos indígenas pelo direito à terra, à cultura, à memória”, disse o coordenador do Neabi e professor de Sociologia do Campus, Gabriel Gameiro, na abertura do evento. “A historiografia oficial internaliza uma série de preconceitos trazidos pelos colonizadores, e desconsidera as pessoas que já viviam neste território quando os europeus chegaram”.

O evento, inspirado pelo movimento do Abril Indígena, começou com a exibição do documentário “Falas da terra”, que lança luz à pluralidade dos povos indígenas e mostra sua luta pelo direito à terra e à cultura. Em seguida, foi possível fazer uma discussão melhor contextualizada sobre a questão do Marco Temporal.

O cinedebate do Abril Indígena foi o primeiro evento presencial aberto a toda a comunidade acadêmica desde o início da pandemia de coronavírus, obedecendo aos protocolos de biossegurança do IFPE em vigor.

O evento também apresentou oficialmente à comunidade acadêmica a nova Divisão de Direitos Humanos, setor do Campus que se dedicará à gestão dos núcleos de inclusão (além do Neabi, Núcleo de Apoio à Pessoa com Deficiência/Napne; e Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade/Neged), entre outras atribuições.

“O IFPE, desde sua concepção, é uma instituição inclusiva e que tem pessoas empenhadas na promoção de uma cultura de Direitos Humanos”, disse Leandro Santos, novo chefe da Divisão de Direitos Humanos, ligada à Direção-Geral do Campus. “Nosso objetivo é apoiar as atividades dos Núcleos e possibilitar uma inclusão efetiva de todos os grupos e pessoas na instituição”.

Os núcleos de inclusão do Campus são abertos à participação de estudantes e servidores. Fale com o Neabi escrevendo para o e-mail neabi@ipojuca.ifpe.edu.br, ou procurando diretamente pelo professor Gabriel Gameiro, coordenador do núcleo.

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