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Estudante conquista prêmio de apoio à cultura em Ipojuca
A estudante Mika Marques, integrante do Núcleo de Arte e Cultura do Campus, foi aprovada em edital municipal no segmento de Literatura
A estudante Mikahelli (Mika) Marques, que cursa o segundo período do técnico subsequente em Química, foi uma das aprovadas no edital da Lei Aldir Blanc, de apoio à cultura, lançado pela prefeitura de Ipojuca.
Mika, que é integrante do Núcleo de Arte e Cultura do Campus (NAC), foi aprovada no edital de apoio a artistas locais, no segmento de literatura.
“Não consigo lembrar com exatidão como iniciei na escrita, mas tenho memórias de fazer alguns rabiscos ainda bem nova”, conta ela. “Hoje meus textos são, em sua maioria, poemas de cunho político. Gosto de leituras que retratam algum contexto histórico, sobretudo histórias do povo preto, e no geral acredito que escrever é uma forma de luta e resistência”.
Para concorrer ao prêmio, Mika submeteu um portfólio com vários textos, inclusive alguns produzidos em seu trabalho no NAC. “No NAC é possível tratar de temas sobre os quais não escrevia com frequência. Meus textos para o NAC são bem diversificados, mas consigo fazê-los com minha identidade”, diz Mika.
O Programa de Incentivo à Arte e Cultura do IFPE faz parte da Política de Assistência Estudantil do instituto, e visa estimular a prática artística e cultural dos estudantes e a socialização de atividades e projetos com a comunidade acadêmica. O Programa oferece bolsas a estudantes em situação de vulnerabilidade, e abre inscrições anualmente, geralmente no primeiro semestre. Também é possível participar do NAC como voluntário(a); entre em contato pelo e-mail nac@ipojuca.ifpe.edu.br.
Leia a seguir a poesia “Inclusão”, produzida por Mika para o NAC. Aqui você também pode vê-la interpretando o poema, no Instagram do Campus Ipojuca.
Juro que dessa vez estava tentando escrever algo fofo, do tipo de poesia que aquece o coração.
Mas a verdade é que sou uma MULHER PRETA e o tema é inclusão. E vai por mim, é muito difícil escrever algo fofo quando em sua pele carrega o peso de 300 anos de escravização.
Mas já que é preciso, tenho que te lembrar que é IMPOSSÍVEL pensar em INCLUSÃO sem promover EDUCAÇÃO!
E EDUCAÇÃO INCLUSIVA, e nem vem com esse papo de turma especial. Ou o Apartheid não te mostrou que segregar tá longe do ideal?
Queremos educação inclusiva, libertadora e transformadora, pois não queremos apenas aceitação. Lutamos por equidade, pois somos e fazemos revolução.
E ainda tem quem diga que inclusão é bobagem e que só por MERITOCRACIA é que se deve vencer, mas, cara, na escola não tem nem rampa, como é que o cadeirante vai alcançar você?
Dizem que queremos privilégios quando falam de LGBTs, mas a verdade é que não nos querem nas universidades, a menos que seja como tema dos seus TCCs.
A minha utopia é que todos os preconceitos acabem nessa geração, capacitismo não é aceitável, pessoa com deficiência não é aberração.
É preciso humanizar os processos de educação, pois mais do que o poder, ela tem a obrigação de promover a inclusão! Ou você ainda acha que cota é esmola e que pode se justificar dizendo “me desculpem, é que isso não é coisa da minha geração”?
Se por falta de sensibilidade você não consegue tratar as pessoas com respeito, vou te lembrar que inclusão também é garantida pela Constituição.