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IFPE Olinda marca presença na Fenearte com oficinas, exposições e inovação em arte e artesanato

Estudantes, egressos e servidores da Instituição ocuparam diversos espaços da maior feira de artesanato da América Latina


A comunidade do IFPE Olinda ocupou, com talento e criatividade, diferentes espaços da 25ª edição da Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte), realizada de 9 a 20 de julho . Expondo, oferecendo oficinas e participando de estandes como o da Secretaria da Mulher, da Galeria de Reciclados e do Programa do Artesanato de Pernambuco (PAPE), estudantes, egressos e servidores da instituição mostraram o potencial transformador da arte e do artesanato e a importância de se inserirem no cenário do empreendedorismo e dos negócios.

A estudante Tatiane Alves Santos, do curso técnico em Artes Visuais, foi uma das dezenas de representantes do Campus Olinda. Pelo edital da Secretaria da Mulher, ela não apenas expôs seus produtos como também ministrou uma oficina voltada à produção de gravura com materiais alternativos, uma proposta que surgiu no projeto de pesquisa do qual participa no Laboratório de Experimentação Gráfica (LEG), coordenado pela professora Luciene Pontes.

“A oficina é fruto direta do que a gente vem desenvolvendo no LEG. Trabalhamos com materiais acessíveis, como isopor, embalagem de leite, lápis, tinta guache. Tudo pensado para que a gravura possa ser feita em casa, por qualquer pessoa”, explica Tati. Segundo ela, ministrar a oficina na Fenearte amplia a experiência do grupo de pesquisa: “Já realizamos essa oficina no IFPE e na Arte Plural, agora ganhamos ainda mais vivência para, no futuro, criarmos um manual técnico.”

A oficina de Tati contou com a parceria da estudante Inabi Silva, do curso de Produção Multimídia e egressa de Artes Visuais. Ela destaca o quanto experiências como essa são enriquecedoras: “Transmitir o que aprendi no IFPE e o que desenvolvi em projetos de pesquisa me faz perceber o quanto evoluí. É uma forma de devolver à sociedade o conhecimento que recebi.”

Inabi aproveita para dar um conselho a quem ainda está na formação: “Estejam atentos às oportunidades. Trabalhar junto com colegas fortalece. Essa oficina mesmo foi submetida por Tati, que me convidou. Juntos, fazemos mais. A Fenearte é uma vitrine que expande nossas possibilidades.”

Outra participante da feira foi. Estudante do primeiro período de Artes Visuais, ela tem formação em Biologia e encontrou no IFPE Olinda um espaço para aprofundar seu trabalho artístico com resíduos eletrônicos. Na Galeria de Reciclados, Gisele ofereceu oficinas de escultura 3D com sucata eletrônica e compartilhou sua trajetória no projeto que desenvolve, o Artec @artec_pe.

“Trabalho com cultura pernambucana. Produzo peças como o Homem da Meia-Noite, La Ursa e Carcará. O ano passado ganhei o prêmio com uma La Ursa feita só com resíduos. A Fenearte é uma oportunidade de mostrar que o lixo pode virar arte e que há beleza no reuso”, afirma. Ela ainda faz um apelo aos colegas: “Fiquem de olho nos editais! Participar da Fenearte abre muitas portas.”

Pelo estande do PAPE, quem marcou presença foi Aldo Sales, também estudante de Artes Visuais. Ele expôs peças em porcelana fria e destacou a importância dos programas de apoio ao artesanato: “Só o fato de não precisar pagar por um estande já ajuda muito quem está começando. A Fenearte é uma janela para o mundo. É onde seu trabalho é reconhecido.”

Outra frente de atuação do IFPE Olinda na Fenearte foi formada por estudantes egressos. É o caso de Nyssan Rodrigues e Micaella Alcântara, que ofereceram oficinas de modelagem em argila. “Trouxemos a vivência do barro, a experiência do torno. Quem participa pode moldar uma cumbuca e entender esse fazer tão ancestral”, conta Nissan. Micaella, por sua vez, é uma inspiração de trajetória: formada em Artes Visuais pelo campus, ela comanda seu próprio ateliê, produz cerca de 800 peças por ano e já capacitou mais de 450 alunos.

“Hoje, minha principal fonte de renda são as vendas das minhas peças e as aulas. As peças utilitárias, como xícaras e pratos, são as mais procuradas. Comecei aos 12 anos e sigo empreendendo com arte”, conta a artista.

Para a coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação (NEI) do IFPE Olinda, Carol Frexeira, a presença da instituição na Fenearte é estratégica. “Estamos na maior feira de artesanato da América Latina, que representa cerca de 3% do PIB nacional. Expor na Fenearte é participar da cadeia da Economia Criativa. Nossos estudantes, egressos e servidores atuam como oficineiros, expositores e mediadores, ampliando seu repertório e ganhando visibilidade”, afirma.

Carol destaca que quase todos os participantes passaram pelos coletivos colaborativos organizados dentro do campus, como as lojas colaborativas do Homem da Meia-Noite e Cobogó. “Damos orientação sobre como participar de editais, como se formalizar como artesão, corrigimos projetos, oriento sobre VM, atendimento ao cliente, icentivamos a formação de coletivos. Tudo isso pelo NEI”, cona a servidora que participa da Fenearte desde a primeira edição. Outra participante servidora foi a técnica Sofia Cassiano.

A participação do IFPE Olinda na Fenearte é prova de que a arte vai muito além da sala de aula. É um convite para estudantes acreditarem em seus processos criativos, ocuparem os editais, se conectarem com o público e construírem sua presença no cenário cultural.

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