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Estudantes fazem baralhos de tarô com técnicas de gravura

Produção artística foi realizada durante todo o semestre na disciplina Gravura I


Durante o CAOS, evento anual promovido pelo IFPE Olinda, uma enorme fila se formou para jogar tarô. O público não só esclarecia suas dúvidas e inquietações, mas também apreciava cada carta baixada por Briza Mulatinho. O baralho foi produzido por estudantes do curso de Artes Visuais, na disciplina Gravura I. Durante todo o semestre, eles trabalharam nesse projeto coletivo.

Um mês antes do CAOS a própria Briza e sua professora de Tarô, Sabrina Carvalho, havia visitado o IFPE para um encontro com a turma. Na ocasião, elas explicaram a simbologia de cada carta, sua importância e possíveis significações. Cada estudante sorteou uma delas, entre as 22 dos Arcanos Maiores, e desenvolveu uma releitura utilizando as técnicas de metal ou linóleo. 

A ideia surgiu após uma visita da turma a uma exposição da Gráfica Lenta, na Torre Malakof. Entre as peças, estavam cartas de tarô produzidas pelo coletivo. Todo semestre realizamos um projeto coletivo. Depois da visita, propus que o projeto coletivo do semestre fosse um baralho de tarô. Cada um faria uma carta para formar um baralho completo, com arcanos maiores e os ases”, conta a professora da disciplina, Luciene Pontes.

O desafio foi aceito e a produção iniciada. Depois de realizar uma matriz para uma das cartas, os estudantes receberam uma nova missão de produzir um baralho completo utilizando as matrizes feitas pelos colegas.  Eles ficaram bem livres para se inspirar, tomando decisões desde a aplicação de cores ao papel utilizado para a confecção do baralho.

O estudante Vinicius Marins fez as matrizes das cartas do imperador – que remete a questões da força da razão, da tomada de decisões, da mente sobre o corpo  – e da lua – que segundo Marins está relacionada à descoberta e aos mistérios. “Na carta do imperador, trouxe uma figura humana utilizando uma coroa e um coração acorrentado, uma metáfora para o domínio das emoções. Já na da lua, explorei elementos como a cidade à noite e um homem de capa, que no misticismo representam o mistério”, revela.  Na produção do baralho completo, Marins procurou não ficar preso às matrizes. As cartas foram gravadas em papel canson e coloridas com aquarela, trazendo suavidade e ludicidade ao material.

Já a estudante Mylena Tertuliano se inspirou na série de mangá Dragon Ball para criar as cartas do julgamento e do mago. Ela trouxe personagens como Bulma, Goku e mestre Kame explorando elementos simbólicos que têm sentidos em comum tanto no jogo quanto no produto da mídia japonesa. “Não esperava que fosse ficar tão bom”, surpreende-se.

Foi um resultado ótimo, não só dos produtos em si, mas do processo de aprendizagem.  Eles tiveram que exercitar o desapego à matriz que produziram. O produto final é coletivo. Essa questão de imprimir todas as matrizes com um determinado padrão de qualidade é importante na gravura. Eles tiveram que repetir o mesmo padrão para cada uma das diversas matrizes, mesma cor, mesmo tratamento”, comemora Pontes.


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