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Estudantes criam jogos de tabuleiro que prometem diversão e aprendizado
Trabalhos da disciplina Game Design foram apresentados para producer da Manifesto Games, empresa localizada no Porto Digital
Desde o início do semestre, estudantes da disciplina Simuladores Digitais – cadeira do curso de Computação Gráfica que está em processo de mudança para Game Design – receberam a missão de desenvolver jogos de tabuleiro. Os resultados, apresentado nesta sexta-feira (15), foram propostas divertidas para diversos fins, desde descobrir pontos históricos pouco conhecidos de Pernambuco até explorar temas ligados à mobilidade humana. A apresentação foi acompanhada pela producer Catarina Macena, que trabalha na empresa instalada no Porto Digital Manifesto Games, e pelo professor de história da UFRPE, Ricardo Pacheco, que busca desenvolver jogos para o Memorial da universidade.
O resultado superou as expectativas da professora da disciplina Carol Machado, que fez questão de trazer a visão de mercado para a sala. “Trouxemos uma convidada que pode partilhar essa visão. Ela ficou interessada nos trabalhos de alguns dos estudantes. Deu dicas para deixar os jogos mais interessantes, sugeriu mudanças nas regras e na mecânica dos jogos, pediu para adicionar humor. Ela sabe o que o mercado quer”, ressalta.
A producer observou atentamente cada apresentação, que contava com demonstrações de partidas. Para ela o importante foi notar que os estudantes se divertiram no processo de aprendizado. Ela elogiou a preocupação com a arte gráfica e a mecânica dos jogos que conheceu. Destacou ainda o crescimento do mercado de games e apontou semelhanças entre os jogos digitais e os de tabuleiro. “Alguns pontos são comuns, como a mecânica. Mesmo sendo jogos de tabuleiro, os estudantes utilizaram ferramentas digitais no seu desenvolvimento. A gente também faz teste em papel quando produzimos jogos digitais”, explica Catarina.
ALGUNS DOS JOGOS
A Torre do Zeppelin localizada no bairro do Jiquiá, modelo único existente em todo o mundo, faz parte do percurso do jogo Recife por um novo olhar, criado para o público infantil e com foco educativo na mobilidade urbana. Logo no início, o participante escolhe se descobrirá pontos históricos ou abandonados da capital pernambucana utilizando meios de transportes como metrô, ônibus ou bicicleta. No trajeto, que tem como destino final o Marco Zero, locais como o Forte de Madame Bruyne, Teatro do Parque e até espaços considerados assombrados. Outro jogo que também explora a mobilidade é voltado somente para pessoas que utilizam transporte público diariamente.
Os estudantes Maria Eduarda, Ana Beatriz e Vinícius Pereira se inspiraram nos signos do zodíaco para desenvolver o jogo Signário. Eles tiveram que estudar astrologia e astronomia para desenvolver as regras e o tabuleiro, que é dividido em doze partes, baseado num mapa astral. “Escolhemos esse tema por ser interessante e por estar em alta. A gente se divertiu muito enquanto realizávamos os testes”, contam. Esses testes ainda não pararam. O grupo se empolgou tanto com o jogo que vai aproveitar os conselhos da producer Catarina para melhorá-lo.
Outro jogo é o Carnaval Missão Fantástica, que tem como objetivo principal saber quem vai reinar na folia. Na disputa, personagens como o Homem da Meia Noite, Perna Cabeluda, Papa Figo e Comadre Fulozinha. As partidas exploram ainda manifestações culturais como Ciranda, Maracatu, Caboclinhos e Bumba Meu Boi. O estudante Erik Scott conta que o jogo foi testado com crianças, público para o qual foi desenvolvido. Várias alterações foram feitas baseadas na observação da garotada jogando. “Tenho um irmão pequeno. Nossa idéia era criar um jogo para as crianças que vivem cada vez mais conectadas e não conhecem nossa cultura”, conta.
A saga de Indiana Jones em busca da arca perdida foi o ponto de partido de Akhan, que tem como objetivo principal encontrar as três chaves dessa cidade. O jogo dinâmico tem como ponto central lendas que influenciam toda a mecânica do jogo. Essas lendas (Saci, Iara – a rainha do mar, a Cuca e o Lobisomem) também são afetadas pelos caminhos que os jogadores percorrem no tabuleiro. Entre as cidades perdidas, estão Kuhikugu localizada na floresta amazônica brasileira, El Dorado e Machu Picchu. O trabalho ainda envolveu a criação de um aplicativo e toda a produção gráfica, que gerou ilustrações bastante elogiadas.