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Estudantes de Computação Gráfica criam rótulos para bebidas

Pesquisadora de rótulos de cachaça, professora leva para sala de aula conhecimentos de sua investigação


Cada vez mais as bebidas ganham as prateleiras dos mercados, bares e restaurantes. São cachaças, licores e cervejas artesanais que surgem a cada ano. Antes de comercializar o produto, o rótulo da bebida deve ganhar atenção especial. Esse estudo foi realizado por estudantes de Computação Gráfica do IFPE Olinda. Na disciplina Síntese da Imagem, eles tiveram como exercício criar rótulos, colarinhos e tampas para diferentes tipos de bebida. Tudo acompanhado pela professora Swanne Almeida, pesquisadora do assunto.

A professora explica o que se deve ter em mente na hora de criar um rótulo. “Primeiramente qual o conceito que quer se passar e que público se deseja atingir. Estes dois pontos são os principais que nortearão as decisões na escolha dos elementos visuais. O indispensável é ser claro nas informações do produto e na distinção da marca em relação aos concorrentes. É preciso ter em mente onde o produto será vendido, em que tipo de garrafa será aplicado, qual material poderá ser utilizado para confecção, o formato do rótulo e se serão utilizados outras partes como colarinho na garrafa, rótulo de verso e tampa”, conta.

Cada estudante recebeu, uma bebida diferente, por meio de sorteio, com a missão de criar uma identidade visual para ela. A ideia era aplicar a marca em um rótulo e apresentá-lo na garrafa como produto final. No exercício, a turma obteve uma real perspectiva de todo o processo criativo. O resultado foi surpreendente. “Muitas delas já poderiam ir para as prateleiras”, comemora Swanne

La FoliePara criar o rótulo de um absinto, a estudante Maria Eduarda Aragão mergulhou na história da bebida. “De origem francesa, ela é um das bebidas mais fortes. O teor de álcool no Brasil é até limitado, diferente de outros países. É tão forte que muitos alegam ser alucinógena. Dizem até que Van Gogh estava sob seu efeito quando cortou a própria orelha”, conta. Depois de pesquisar, Eduarda deu o nome ao seu absinto de Fée de La Folie, uma homenagem à fada das loucuras. Tudo porque os boêmios da antiga Paris alegavam ver fadas quando bebiam absinto. O rótulo ganhou asas e referências à torre Eiffel, numa cor vintage. A estudante pensou até no líquido, que tingiu de verde com corante. Já Caio Cesar Leal fez duas garrafas. Uma de conhaque de gengibre e outra de cerveja, às quais deu o nome fictício Docesar. Sua principal missão foi escolher as fontes e cores mais apropriadas.

 Swanne estudou rótulos de cachaça antigos em seu mestrado realizado no Programa de Design  da UFPE. Seu objetivo era investigar  como as informações eram organizadas na composição visual. Atualmente, ela está concluindo o doutorado, que tem como foco a presença dos animais nas marcas de cachaça. Com a iniciativa, a professora mostra como transformar pesquisa acadêmica em prática, promovendo conhecimento.

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