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Grupo produz e investiga imagens com diferentes técnicas
Colagem, fotocolagem, fotomontagem, Fotoglaz (foto-olho) e fotomontagem digital são linguagens exploradas
A maior parte das pessoas não sabe a diferença entre colagem, fotocolagem, fotomontagem, Fotoglaz (conceito russo – foto-olho) e fotomontagem digital. Cada uma dessas linguagens tem técnica, identidade e estética próprias. Essas qualidades são investigadas por um grupo de pesquisa do IFPE Olinda, comandado pelo professor Paulo Diniz, que já se debruça sobre o tema em estudos realizados para o seu doutorado.
No Campus Olinda, Diniz e os estudantes brincam com as diferentes técnicas, presencialmente, todas as terças-feiras, das 13h às 15h. Eles colocam a mão na massa para produzir obras e analisar os resultados. Cada encontro, uma técnica diferente. Os estudos são aprofundados num encontro virtual, que ocorre todas às quintas-feiras, das 19h às 20h30, pela internet. Nesse espaço, as discussões e leituras são embasadas pelo pensamento de Vilém Flusser, um filósofo que pensa e questiona o mundo a partir da imagem, com trabalhos dedicados à fotografia.
O grupo é aberto à participação. Os interessados precisam se dirigir ao Campus Olinda, no dia dos encontros presenciais. “As pessoas veem a questão prática, nunca associam a atividade de ensino à pesquisa. Focam no trabalho manual. A ideia do grupo é realizar a prática, sob a ótica da investigação, analisando as imagens”, explica o professor Paulo Diniz.
Para chegar a cada uma das linguagens, são percorridos vários processos. Nas oficinas, presenciais as diferentes técnicas são explicadas. “Há uma grande confusão sobre essas diferentes linguagens. Às vezes, as pessoas falam sobre fotocolagem digital, fotomontagem com cola, misturando conceitos. É preciso distinguir”, alerta.
Na colagem, são usadas imagens e objetos no suporte. Trata-se de uma forma tridimensional. Na fotocolagem, as imagens são coladas criando um efeito de ilusão de ótica. “Você não sabe se a foto pertence ou não aquela imagem. Você cola as imagens”, explica Diniz. Já na fotomontagem, são usadas somente imagens. Não há cola. “A grande diferença é a postura que a pessoa tem em relação ao objeto”, enfatiza.
Nos encontros, a fotomontagem é explorada coletivamente. Como as imagens não são coladas, as possibilidades são constantemente recriadas. Ângulos são invertidos. O diferencial é a interação promovida entre o grupo. Desse exercício, surgiu a ideia de criar um aplicativo. É que quando a fotomontagem é realizada somente no computador, com softwares de edição de imagem, o trabalho passa a carregar uma marca individual, com resultados estéticos bem diferenciados das obras realizadas em grupo.
“A fotomontagem digital não tem o mesmo efeito que uma analógica. No computador, o processo é muito individual. Por isso, a ideia de criar o aplicativo para que o trabalho possa ser realizado coletivamente, mesmo que a distância. O grande objetivo é proporcionar a interação”, esclarece.
O grupo ainda se debruça sobre o fotoglaz, quando a fotomontagem é feita com uma única tomada (no analógico, seria o fotograma). Para isso, são usados aplicativos de edição de imagem para texturizar. As imagens são modificadas de tal forma que se tornam texturas. Para os estudantes que participam do grupo, os momentos têm sido enriquecedores. “É um conhecimento muito válido, pois está desenvolvendo meu olhar sobre a pesquisa”, conta a estudante de Artes Visuais, Larissa Penha.