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Campus Afogados encerra programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher

Na tarde da última sexta (13), o Campus Afogados da Ingazeira encerrou sua programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher com a realização de um Cine Debate sobre o curta “Seja uma Dama“. Participaram da mesa os professores do campus Norberta Silva (Artes), Alexsander Costa (Filosofia) e Pablo Moura (Sociologia), que debateram junto com alunos e alunas presentes. O filme…


Na tarde da última sexta (13), o Campus Afogados da Ingazeira encerrou sua programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher com a realização de um Cine Debate sobre o curta “Seja uma Dama“. Participaram da mesa os professores do campus Norberta Silva (Artes), Alexsander Costa (Filosofia) e Pablo Moura (Sociologia), que debateram junto com alunos e alunas presentes.

O filme é baseado no texto original “Be A Lady” (“Seja Uma Dama”) que viralizou nas redes sociais e é interpretado pela atriz Cynthia Nixon, gravado pela revista Girls girls girls e disponível no YouTube. O texto foi originalmente escrito em 2017 por Camille Rainville em seu blog Writings of a Furious Woman.

A programação do campus contou ainda com a realização, na noite do dia 11 de março, da mesa redonda intitulada “Interrompendo o ciclo da violência: construindo relações mais saudáveis entre homens e mulheres”. O evento teve como convidadas a delegada titular da 13ª Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher – DEAM, Andreza Gregório; a psicóloga e especialista em Saúde da Mulher, Jéssica Pires; e a enfermeira e coordenadora da Saúde da Mulher do município, Viviane Zuza.

Jéssica Pires lembrou que a violência psicológica é geralmente a que precede a violência física que, por sua vez, culmina com os casos de assassinatos de mulheres. Segundo a psicóloga, alguns efeitos do abuso psicológico mais comuns são o isolamento social e a dependência econômica e emocional, que desafiam o atendimento psicológico com vistas à restauração da identidade e a autoestima da mulher vítima de violência.

De acordo com Andreza Gregório, o estado de Pernambuco teve 57 feminicídios em 2019. O número representou uma queda com relação ao ano anterior, que registrou 74 casos, segundo reportagem do portal G1. Para a delegada, é necessário desmistificar questões como a que diz que as mulheres procuram as delegacias e, ainda assim, são mortas. “Na região do Pajeú, posso afirmar que a maioria das mulheres que foram assassinadas não haviam buscado a delegacia. Temos que confiar na lei, nas instituições e nos mecanismos de prevenção; precisamos continuar denunciando a violência, porque a denúncia salva vidas”, afirmou.

Os estudantes puderam tirar dúvidas e obter esclarecimentos sobre os serviços disponíveis de atendimento à mulher, bem como a ações de prevenção à violência existentes no município.

No mesmo dia 11, foi instalada no campus a exposição “Vestir o Desconforto”, de autoria da professora de Artes Norberta Silva. Composta por nove peças, o trabalho consiste em pinturas com técnica mista de tinta sobre tecido voal. “Nesta exposição, discuto questões pertinentes ao ser feminino no seu cotidiano, como maternidade, sexualidade, solidão e muitos outros sentimentos desconfortantes que as mulheres enfrentam no decorrer da vida”, explica a autora. A exposição ficará à disposição dos visitantes durante todo o mês de março.

Para a aluna novata do 1º período do curso integrado de Informática do campus, Maria Eduarda Costa Morais, de 15 anos, o debate sobre o Dia Internacional da Mulher no ambiente escolar tem o papel de conscientizar, desconstruir preconceitos e reafirmar a luta das mulheres por igualdade. “O potencial da mulher é questionado, e esses comportamentos muitas vezes são naturalizados. O respeito por nós e pela nossa luta é a maior homenagem que pode ser feita”, disse a estudante.

Abriu a programação o Cine Pipoca que, na segunda (09), exibiu o filme “Estrelas Além do Tempo” (Theodore Melfi). O filme se passa em plena Gerra Fria e cisão racial nos Estados Unidos, onde um grupo de matemáticas negras da NASA é obrigado a trabalhar à parte. Na história, as três amigas, além de provar sua competência, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia do local.

A programação foi construída pela Direção do campus em parceria com o Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade – NEGED.  

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