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Fórum de Turismo alerta sobre os direitos das pessoas com deficiência

Evento foi organizado pelos alunos do curso técnico em Hospedagem do IFPE-Barreiros e teve a presença de representantes de toda a comunidade


Albano se preparou para uma noite especial. O estudante que tem deficiência auditiva escolheu o melhor terno no guarda-roupa, colocou um sorriso largo e espontâneo no rosto e anunciou, com o auxílio dos intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), todos os participantes do XXIII Fórum de Turismo do IFPE-Barreiros, realizado na noite desta quinta-feira (9), no auditório do Campus.

“É a primeira vez que sou mestre de cerimônias. Fiquei com frio na barriga por vários dias, mas treinei bastante e agora já estou mais calmo. Como eu sou aluno do curso de Hospedagem do IFPE, meu sonho é poder transmitir tudo que eu aprendi nas aulas e ajudar outras pessoas com deficiência,” disse o estudante Albano Ramos, sobre a felicidade de ter recebido o convite.

Cerca de 200 pessoas participaram do evento que teve como tema a importância da acessibilidade no turismo e hospedagem, tanto sob o ponto de vista do atendimento ao turista com deficiência, como também a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O professor de administração Artur Mendonça, que tem 22 anos de militância nessa área, foi um dos palestrantes.

“Claro que é importante que os espaços físicos tenham rampa para o cadeirante, textos em braile para os deficientes visuais, mas a acessibilidade vai além disso. É preciso que em qualquer situação, seja de trabalho ou lazer, a pessoa com deficiência tenha independência e autonomia, ou seja, consiga resolver atividades do seu dia-a-dia sem precisar de ajuda”, destacou.

O professor deu como exemplo a participação de um cadeirante em uma trilha. Se uma empresa oferece esse passeio, ela tem que dar condições para que a pessoa com deficiência também participe: “É muito comum as empresas de turismo, ou hotéis, estabelecerem regras que valem para todos os clientes. Mas elas precisam se ajustar às necessidades de quem contratou o serviço. Não é correto, por exemplo, alguém com deficiência contratar um pacote, pagar o mesmo preço que qualquer outro cliente, e não ter o mesmo direito de participar da atividade por causa de alguma limitação física”, ressaltou.

Além das palestras, o Fórum de Turismo teve a apresentação da Banda Força Especial e Grupo de Dança Arco-Íris dos Sonhos, do Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (CERVAC) de Recife. Maria de Fátima Correia, mãe de um dos integrantes do grupo, vibrava na plateia enquanto o filho se apresentava no palco. “Meu filho tem 33 anos e Síndrome de Down. No passado, todo mundo dizia que ele não viveria muito e hoje eu vejo ele aí, cheio de saúde, e dançando.  O Evandro é um artista, o meu artista, derrete-se a mãe. 

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