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Campanha do IFPE-Barreiros discute racismo e preconceito
Lançamento da campanha promovida pelos núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e de Gênero e Diversidade (NEGED) contou com roda de diálogo e cineclube
A primeira semana de novembro foi marcada pelo lançamento da campanha “Identidade e Resistência Negra no Campo”, promovida pelos núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e de Gênero e Diversidade (NEGED) do IFPE-Campus Barreiros, em parceria com a Assessoria de Comunicação.
Na terça (01), uma roda de diálogo ao ar livre com estudantes dos cursos técnicos em Agropecuária, em Alimentos, Tecnologia em Agroecologia e Licenciatura em Química foi conduzida pela coordenadora do NEGED, a assistente social Laura Silva, pelo coordenador do NEABI, o bibliotecário Edilson Targino, e o professor de história Romerito Arcoverde.
Na ocasião, algumas das 31 estudantes que participaram do ensaio fotográfico que está no ar na fanpage do IFPE Barreiros falaram um pouco sobre suas experiências em assumir o cabelo afro. “É um processo difícil, mas é maravilhoso assumir a sua identidade. A gente, sendo a gente mesma, consegue ser linda”, declarou Júlia Marques, do 1º do curso técnico em Alimentos.
“Observamos que há muitas adolescentes e jovens assumindo seus cabelos cacheados e crespos. Essa tendência, que pode parecer somente moda, é, na verdade, o resultado do trabalho dos movimentos sociais negros de fortalecimento da identidade negra. Para muitas, assumir os cachos, muito mais que estético, é um ato político”, destacou a coordenadora do NEGED, Laura Silva.
Cineclube
Já na noite da quinta-feira (03), o Cine Campus promoveu, no auditório central, uma sessão especial sobre a temática, a partir da exibição dos curtas-metragens baianos “Negra” (2015, 7 min), de Jaco Galdino, e Umbandaum: 20 anos”, (2008, 13min) de Jaqueline Alves e Erika de Almeida.
Com a presença de estudantes dos cursos da modalidade Proeja e técnico em Hospedagem, o debate foi mediado pelo coordenador do NEABI, Edilson Targino, e contou com a participação da assistente social Laura Silva e das professoras Núbia Michella e Jaqueline Alves.
Enquanto Laura trouxe sua história pessoal de preconceito e experiência em se assumir negra, Núbia apresentou aspectos antropológicos da negritude, fazendo um resgate histórico da miscigenação cultural brasileira. E Jaqueline falou dos aspectos culturais do grupo de Caravelas, na Bahia, apresentado no último vídeo, fazendo uma relação do preconceito e do racismo com a forma como as pessoas negras são tratadas no contexto da hospedagem.
“A gente realmente precisa discutir essas temáticas. Estamos num campus agrícola situado no contexto canavieiro da Mata Sul e marcado historicamente pela escravização. A campanha “Identidade e Resistência Negra no campo” é um pontapé inicial nesse sentido, mas queremos promover uma série de oficinas, cursos, palestras e outras atividades para aprofundarmos as linhas de estudo dos dois núcleos e contribuir para a formação de nossos estudantes e da comunidade local como um todo”, declarou o coordenador do NEABI, Edilson Targino.