Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco
Campus Barreiros

O Vestibular 2016 do IFPE entrou para a história do Campus Barreiros, ao aprovar, pela primeira vez, um grupo de estudantes surdas e surdos. Ao todo, foram sete jovens, que passaram em três cursos técnicos diferentes: Agropecuária, Alimentos e Hospedagem.

“Ficamos bem nervosos no dia do resultado. Parecia que a hora não passava. Quando soube que eu tinha passado, tomei um susto, mas em seguida foi uma felicidade. Pulei de alegria, porque sabia que aquilo era uma grande mudança na minha vida. É um estímulo ingressar no IFPE e ter a perspectiva de um trabalho melhor no futuro”, compartilha Albano Alessandro Ramos da Silva, aprovado no curso técnico subsequente em Hospedagem.

A felicidade também tomou conta de Ruth Mayara de Arruda Silva, aprovada no curso Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio. “Foi uma alegria. Fui para casa e minha mãe estava muito feliz pela aprovação e me abraçou. Acredito que o IFPE seja um ótimo lugar. Aqui também irei me relacionar com meus amigos. Estudaremos juntos, passearemos aqui e na rua. Estou feliz e quero iniciar logo meu primeiro ano escolar”, conta a jovem ansiosa. Além de Ruth, outros quatro surdos foram aprovados no novo curso que será ofertado no Campus Barreiros a partir de 2016.

Além da aprovação no Vestibular do IFPE, Albano Alessandro, Ruth Arruda, João Vítor Nascimento, Willamar Feitosa, Dihego Alves, Hyassmin dos Santos e Rafaela Lima compartilham o fato de terem participado dos cursos de extensão oferecidos pelo Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne), voltados exclusivamente para a comunidade surda da Zona da Mata Sul pernambucana. Ao longo de 2015, o grupo teve oportunidade de estudar português, matemática, física, química e história com aulas mediadas e/ou ministradas na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Segundo o intérprete de Libras do Campus Barreiros, Carlos Eduardo Oliveira, a maior contribuição do Napne para o resultado exitoso no Vestibular 2016 foi a inclusão prévia desses jovens surdos.

“Nós fomos atrás deles nas escolas públicas da região e os convidamos para frequentar o Instituto. Eles estão ocupando um lugar que é de direito e garantido por lei. Aqui, eles encontraram, além dos cursos oferecidos, um espaço no qual podem se expressar fluentemente na sua primeira língua, que é a Libras.  Professores, gestores e funcionários terão que se adaptar a esse novo perfil de aluno ainda desconhecido para muitos. E o Napne está de portas abertas para orientar em relação a esse mundo complexo e fascinante que é o da cultura surda”, avalia Carlos.

VITÓRIA

Além do Campus Barreiros, o Campus Vitória de Santo Antão também terá, em 2016, estudantes surdos em seu quadro discente, além de um com baixa visão. Ao todo, foram cinco jovens aprovados nos cursos técnicos em Agroindústria, Zootecnia e Agricultura.