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Evento sobre capacitismo marca a retomada das atividades do NAPNE

Voltado para a formação dos servidores, palestra discutiu a representação social da deficiência e a educação inclusiva nos ambientes de educação profissional tecnológica


Na última quarta-feira, em alusão ao dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro), servidores do Campus Barreiros participaram de uma importante formação sobre inclusão e capacitismo. Com o título “É capacitismo quando… a representação social da deficiência e a educação inclusiva nos ambientes de educação profissional tecnológica”, a palestra promovida pelo Núcleo de Apoio à Pessoa com Necessidades Específicas (NAPNE) trouxe duas especialistas no assunto, que puderam elucidar importantes questões e estabelecer pontos a serem valorizados nesse processo de inclusão.

A mediadora do eveto, Maria Eduarda Carvalho, é natural de Barreiros e egressa de nossa escola. Hoje enfermeira sanitarista e mestranda em saúde pública, ela é Coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência da Prefeitura do Recife. Ela abriu a palestra de Magna Katariny. Formada em Educação física, Fisioterapia e com especialização em educação especial e práticas inclusivas, Magna faz parte do quadro profissional do Centro de Atendimento Educacional Especializado. Juntas elas construíram um debate pleno de informações sobre as atenções necessárias para inclusão da pessoa com deficiência no ambiente educacional.

Ao tratar da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que garante a autonomia e a capacidade de pessoas com deficiência para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com os demais, Magna celebra as conquistas mas lembra que ainda há muito a ser construído: “A educação como entra nisso? A gente precisa pensar que somos uma minoria, mas não uma minoria quantitativa. É 1/4 (um quarto) da população que ainda não consegue exercer o seu direito não apenas ao acesso, mas também à permanência e conclusão dos seus estudos”.

Ao trazer relatos de sua própria vivência, Maria Eduarda ressaltou como ainda existe uma dificuldade da sociedade em naturalizar as diferenças de corpos: “Quando a gente se depara com uma pessoa com deficiência que se insere no mercado de trabalho e decide viver mesmo com as barreiras impostas, a gente tende a se surpreender. E é aí que a gente traz essa reflexão sobre o capacitismo: por que a gente acha que  só porque o outro tem uma diferença no corpo, alguma limitação, deve ficar aquém, abaixo dos outros?”. 

O evento marca a retomada das atividades do NAPNE. Atualmente o núcleo atua no acompanhamento dos estudantes com deficiência nas aulas remotas através do contato direto com os alunos estabelecido pela coordenadora do NAPNE, Fernanda Castro, psicóloga do Campus. Além disso, já está acontecendo também um ciclo de formação interna: a cada mês um novo texto é discutido e estudado pelos membros do núcleo. “A partir do ano que vem queremos promover eventos mensais, como rodas de diálogos, por exemplo. Mas nosso foco principal realmente é dar o suporte necessário aos nossos estudantes”, reafirmou Fernanda.  O Diretor do Departamento de Desenvolvimento Educacional do Campus Barreiros, Caetano Pereira, lembrou das obras recém concluídas de adaptação do banheiro da biblioteca para o acesso de cadeirantes, bem como dos quartos do novo dormitório que também  já contam com essa estrutura, estabelecendo ainda o compromisso da gestão em buscar recursos para realizar a obra de adaptação completa do campus, como etapa importante do processo de inclusão. 

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