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Professor divulga artigo sobre o coronavírus

Henrique Azevedo alerta sobre a importância das medidas preventivas para a região


Além de biólogo, o professor do campus Barreiros, Henrique Leonardo de Azevedo, é biomédico e atua na área de infectologia. Na época da pandemia da gripe suína, em 2009, trabalhava no Hospital Memorial São José, no Recife, na equipe de gerenciamento de risco hospitalar, evitando os processos infecciosos. Mês passado, Henrique escreveu este artigo para trazer à comunidade do nosso campus informações seguras sobre o coronavírus. A partir de uma revisão da literatura científica especializada, o biomédico traça um perfil do vírus, da doença e suas formas de contágio, traduzidos numa linguagem acessível. Ele respondeu a algumas perguntas pra nos ajudar entender as particularidades que  a pandemia pode assumir na região de Barreiros.

 

O que o levou a escrever esse artigo? Qual o era o objetivo?

Desde a época da gripe suína eu faço um mapeamento dos hospitais de Pernambuco, tanto em relação a cobertura médica, quanto à especialidade e disponibilidade de leito de uti. E eu sei que o perímetro de Maragogi até Ipojuca a assistência medica é precária em relação ao suporte básico de vida. O único hospital que oferece suporte avançado de vida entre Maraggi e a Região metropolitana do Recife, é o Hospital Dom Helder Câmara, que fica no Cabo de Santo Agostinho. E para se deslocar de Barreiros até o Dom Helder são uma hora e meia, dependendo da  gravidade da doença, é tempo demais. Como profissional de saúde, eu me sinto na obrigação de ajudar, no sentido de usar as armas que eu tenho para poder fazer com que as famílias que vivem nas áreas mais afastadas da região possam se beneficiar de ações preventivas. Além disso, também vejo muita falta de informação sobre o assunto, então me sinto no dever de compartilhar essas informações.

Existe alguma especificidade em relação à prevenção do coronavírus ou à maneira que a pandemia pode se comportar na região de Barreiros? 

O contagio é padrão no mundo todo: por gotículas, quando alguém fala, espirra ou tosse; ou por aerosol, que são partículas menores, principalmente quando você espirra ou tosse. O que acredito que seria importante ter atenção nessa comunidade é a precariedade da alimentação das pessoas. Está bem catalogado na literatura médica que se você pega essa doença mal nutrido, mesmo que seja jovem, você evolui para a fase mais grave. Seria interessante uma orientação nesse sentido, porque as pessoas pensam que se alimentar bem é comer muito. Mas na verdade se alimentar bem é comer os nutrientes necessários para você ter uma boa saúde. Existe uma carência nutricional na região por se alimentarem muito de carboidrato. E se houver um grande percentual de consumo de carboidrato durante o dia, ele baixa a imunidade e diminui a eficiência do sistema imunológico diante de um processo infeccioso como o do Covid-19.

E quais os tipos de alimentos de fácil acesso pra a população da região que deveriam ser priorizados para fortalecer o sistema imunológico?

Raízes e tubérculos (macaxeira, inhame , cara e batata doce). Porções de frutas 3 vezes ao dia (mamão, melancia, manga, acerola, uva escura, agua de coco, abacate).  Alimentos com alho e cebola que possuem propriedades antivirais. Além de 2 porções diárias (almoço e jantar) de verduras e legumes (alface, pimentão, feijão, brócolis, chuchu).

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