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Estudantes do IFPE Olinda projetam próteses para animais mutilados
Materiais serão impressos em 3D. Projeto faz parte de pesquisa realizada na UFRPE
Estudantes do curso de Computação Gráfica do IFPE Olinda estão projetando próteses para animais mutilados acolhidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas-PE). O projeto faz parte de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação de Medicina Veterinária da UFRPE, que avaliará os implantes.
O primeiro animal a ganhar uma prótese será a jabuti Dora. Resgatada de uma queimada, ela perdeu parte do casco. “Dora teve as placas córneas e ossos comprometidos. Isso afeta a qualidade de vida do animal, pois sem o casco ela fica exposta a mudança de temperaturas e a traumas”, explica a doutoranda, Thábata Morales, que acompanhará os implantes. Ela diz que há algum tempo sonhava em realizar o projeto, mas faltava o designer.
Ao tomar conhecimento da pesquisa, o professor de Computação Gráfica do IFPE Olinda, Rafael Suarez Ziegelmaier reuniu seus alunos para colaborar com a iniciativa. Com ajuda de imagens obtidas através de tomografia computadorizada, eles projetam o novo casco. “Estamos trabalhando no protótipo, através de modelagem 3D. A parte mais trabalhosa vai ser a espessura, pois o casco dela é irregular”, explica.
A prótese será confeccionada numa impressora 3D Dee Green, doada ao Cetas pela Receita Federal de São Paulo, que a obteve numa operação de combate ao contrabando. O equipamento consegue imprimir, no máximo, 10 cm, tamanho bem menor que o casco que Dora necessita, que é de 40 cm. Por isso mesmo, as próteses serão impressas em pequenos pedaços que serão encaixados. Para o estudante do IFPE Olinda, Deleon Buarque, fazer parte do projeto é unir ajuda e aprendizado. “Vou aprender e praticar uma modelagem mais precisa”, diz.
A ideia é ajudar outros animais. No Cetas há, por exemplo, outro jabuti, que foi atacado por um cão, além de gaviões que perderam parte do bico. “Vamos imprimir e implantar e depois avaliar como será a adaptação às próteses. Esperamos que tudo dê certo. Não há problemas de rejeição, pois não se trata de uma endoprótese”, explica Thábata.