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IFPE inicia programação da Escola da Terra 2024

A abertura aconteceu na última sexta-feira (23), no Centro de Formação Paulo Freire, em Caruaru.


Na última sexta-feira (23), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia deu início às atividades da Escola da Terra 2024. A cerimônia de abertura aconteceu no Centro de Formação Paulo Freire, situado no Assentamento Normandia, em Caruaru. Trata-se de um programa de formação destinado aos professores do campo, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

Em Pernambuco, os cursos são ofertados pelo IFPE, desde 2023, para professores da Zona da Mata, Grande Recife e Sertão do Pajeú. Este ano as aulas serão ministradas em quatro polos, de forma simultânea, nos campi Igarassu, Barreiros, Afogados da Ingazeira e Recife, recebendo os públicos das respectivas regiões.

A participação dos docentes é viabilizada pelas secretarias municipais de educação e a Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco (SEE-PE), através da Gerência de Políticas Educacionais do Campo (GEPEC). Participaram da abertura o Reitor do IFPE, José Carlos de Sá; a pró-Reitora de Extensão; Laura Caliento; os diretores-gerais dos campi Caruaru, Barreiros e Recife, Diniz Júnior, Caetano Júnior e Fábio Nicácio. O professor Ivo Marinho representou a diretora-geral de Afogados, Andrea Dacal.

Também estava presente o coordenador geral da Escola da Terra do IFPE, André Gonçalves; o coordenador estadual da Escola da Terra, Elison Silva; além de representantes da Associação Municipalista de PE, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de PE (FETAPE); da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de PE (FETAEPE); do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); e da Pastoral da Terra (CPT).

Paulo Silva, representante do MST, destacou a importância da retomada da Escola da Terra. “Recuperar a Escola da Terra reposicionou a luta em defesa de uma educação transformadora para os sujeitos do campo. Retomar esse movimento representa recolocar na ordem do dia o debate sobre a educação que nós queremos. E o IFPE, como uma dessas entidades que entendeu a necessidade de recuperar essa iniciativa, se coloca como um dos portadores desse reposicionamento, das lutas que ainda temos que travar para colocar os povos do campo no lugar que eles merecem. E é imprescindível lembrar a cada educador/a que
está aqui que não há como construir a educação no campo sem construir a luta pela terra em suas dimensões”, defendeu.

O coordenador da Escola da Terra no IFPE, André Gonçalves, reforçou o compromisso do Instituto com os/as professores/as e com os movimentos sociais. “É impossível fazer educação no campo sem os movimentos sociais. Então queria agradecer a presença de tantos aqui. Educação no campo é um direito nosso e dever do Estado. O IFPE está junto a vocês, no dia-a-da, não só nas aulas, mas essencialmente nas comunidades, dialogando, debatendo, para que mais nenhuma escola seja fechada e nenhum professor seja desamparado”, afirmou.

Em sua fala, Laura Caliento, pró-Reitora de Extensão do IFPE, conversou com os/as professores/as sobre a representação de cada um deles/as na vida dos estudantes do campo. “ Vocês vão levar a possibilidade para que eles/as tenham a construção de uma autonomia, do empoderamento, daquilo que a sociedade disse que eles não seriam capazes de ter. É um exercício profissional difícil, árduo, mas de muita recompensa quando a gente encara ele como um sentido de vida, um posicionar-se no mundo sabendo que a gente pode contribuir para aqueles que nunca tiveram oportunidades. A Escola da Terra tem o compromisso com uma educação libertadora, que faz essas crianças e adolescentes se reconhecerem como importantes na sociedade, refletirem sobre a sua realidade, desenvolver um modo criativo de ver o mundo, crítico, reflexivo. Todos aqui temos esse compromisso de transformar essas vidas e fazer com que elas entendam que também podem ser sujeitos de transformação”.

O reitor do IFPE, o professor José Carlos, falou sobre a necessidade da ocupação por parte da população do campo dos seus espaços nas instituições públicas federais de Educação. “O IFPE também pertence a essa parcela da população que precisa ter a sua existência protegida. Abrimos as portas para projetos como esse, para que a gente possa acolher a população preta, parda, indígena e quilombola do nosso país. Queremos que a população do campo tenha a oportunidade de construir suas histórias sem precisar se afastar das suas raízes e tradições, dos seus espaços, das suas comunidades. A interiorização dos IFs veio com esse objetivo, estar mais perto dessas pessoas, para que uma instituição federal chegue onde antes o Estado brasilero não conseguia chegar”, afirmou.

No turno da tarde foi realizada a aula magna com a temática “Educação do campo: travessia e contradições atuais” ministrada pela professora Ana Cláudia do Pronera/INCRA. Logo em seguida ocorreu a apresentação da Escola da Terra e sua estrutura pelos professores Ana Alice Agostinho, Lúcia Lírbório e Ivo Marinho, que fazem parte da coordenação desse programa no IFPE.

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