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Projeto do IFPE conquista duas premiações na edição 2025 do Prêmio Inova
Iniciativa do Campus Recife foi premiada nas categorias “Destaque” e “Acessibilidade”
O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) é destaque nacional no cenário da inovação. Um projeto desenvolvido por estudantes e professores do Campus Recife conquistou duas premiações na edição 2025 do Prêmio Inova, que aconteceu nos dias 2 e 3 de setembro, em Brasília, durante o Painel Telebrasil Summit 2025. Uma delas foi o prêmio “Destaque”, que consagrou o projeto mais relevante eleito pelos participantes do painel; e o outro foi na categoria “Acessibilidade”, na qual a equipe concorreu com outros 40 projetos inscritos em edital.

Prof. Gilmar Brito, coordenador do projeto, comemora as premiações do Inova
Voltado ao setor das telecomunicações, o evento reuniu grandes empresas, autoridades e lideranças empresariais, e foi promovido pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), com o apoio da Associação Brasileira de Telecomunicações.
Intitulado “Synesthesia Vision”, o projeto trata-se de um dispositivo integrado a óculos que tem o objetivo de complementar o uso da bengala tradicional e oferecer mais independência e segurança às pessoas com deficiência visual durante seus deslocamentos. A tecnologia atua como um radar pessoal, utilizando sensores infravermelho e ultrassônicos para identificar obstáculos no ambiente. Quando algum objeto é detectado, o equipamento emite alertas sonoros e vibrações, avisando o usuário de forma eficaz. Além do dispositivo físico, a solução inclui um aplicativo para smartphones e uma plataforma web, que oferecem funcionalidades adicionais como previsão do tempo, medição de luminosidade do ambiente e suporte na utilização do transporte público.
“Nosso dispositivo amplia as capacidades da bengala, oferecendo percepção de obstáculos acima da linha da cintura. É como transformar a audição nos olhos do usuário”, ressalta a docente Aida Ferreira, coordenadora do projeto. Ela detalha ainda que a tecnologia baseia-se em princípios de ecolocalização, uma técnica empregada por animais como morcegos e golfinhos, além de incorporar de recursos de áudio imersivo.
O projeto teve início em 2015 com modelos experimentais mais básicos e, com o tempo, foi sendo aperfeiçoado até chegar a uma versão final pronta para ser produzida em escala industrial. O dispositivo já possui patente registrada e recebeu aprovação na Plataforma Brasil para a realização de testes com usuários em situações reais.
Ao longo do desenvolvimento, mais de 25 estudantes e cinco professores contribuíram com a iniciativa, que culminou também na criação da startup focada na oferta comercial da tecnologia. “Com foco em inovação e empreendedorismo, o projeto ampliou as possibilidades de aprendizado e desenvolvimento tecnológico, reafirmando o compromisso do IFPE com a formação de excelência e o impacto social, além de mostrar o potencial transformador da educação pública, aliando ciência, inovação e benefício social em uma solução real”, reforça a docente.
Gilmar Brito, professor coordenador e idealizador do projeto, participou da premiação juntamente com os estudantes Thiago Ewerton Barros e Luix Henrique Ferreira, que também integram a equipe. “Enquanto servidor e pesquisador, é meu dever assistir a sociedade e fazer com que os nossos estudantes apliquem na prática o que viram em teoria, esse é o nosso legado. E essa conquista mostra o reconhecimento de projetos de acessibilidade, o que contribui para uma maior divulgação e conscientização da nossa sociedade do grau de importância de iniciativas voltadas para essa finalidade”, destacou o docente.

Ao longo do desenvolvimento do projeto, mais de 25 estudantes e cinco professores contribuíram com a iniciativa