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IFPE Palmares finaliza projeto de contagem e classificação de cistos ovarianos

Tecnologia aplicada à saúde busca dar aos médicos um suporte na contagem, classificação e detecção precoce e mais precisa dos cistos


Pesquisadores do IFPE Palmares estão finalizando mais um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), através do Edital Facepe 33/2024 COMPET Superior. O professor Diogo Lopes, que também é diretor geral do campus, coordenou o projeto “CistosNet: sistema inteligente para apoio aos médicos na detecção de ovários policísticos”, que recebeu fomento de R$ 51 mil e envolveu dez alunos bolsistas durante seis meses.

Segundo Diogo, a ideia surgiu quando conheceu o médico radiologista Roberto Reis, durante uma viagem que realizou ao Rio Grande do Sul para conhecer o ecossistema de inovação de Porto Alegre. “No avião, conversamos um pouquinho sobre tecnologias e ele tinha uma série de demandas, e enxergou no campus Palmares um parceiro potencial para soluções”, relembra. Roberto Reis é diretor do Centro de Assistência à Saúde Integrada e Laboratorial (Casil), localizado no município de Trindade, no Sertão do Araripe pernambucano.

A ferramenta criada é um módulo de contagem de cistos (uma formação semelhante a uma bolsa ou cápsula, que pode surgir em qualquer parte do corpo e é preenchida por uma substância líquida, gasosa ou semissólida). Uma grande demanda dos ultrassonografistas é contar e classificar os cistos nos ovários femininos, especialmente quando eles são muitos, por conta de um distúrbio hormonal comum em mulheres em idade reprodutiva. A síndrome dos ovários policísticos causa irregularidades menstruais, excesso de hormônios masculinos, acne e excesso de pelos, e está ligada a complicações a longo prazo como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, dificuldade para engravidar, infertilidade e aumento do risco de câncer de endométrio.

Imagem de ultrassom de um ovário policístico

Se uma mulher apresenta acima de 20 folículos detectados em seu exame de ultrassom, recebe diagnóstico de ovário policístico. “Porém, quando um profissional está analisando uma imagem de ultrassom, muitas vezes tem dificuldade de determinar a quantidade de cistos e isso traz um certo grau de imprecisão aos resultados, o que pode prejudicar a condução do tratamento”, explica Diogo, destacando que uma contagem precisa gera laudos mais efetivos e soluções mais eficientes para tratar o problema.

O módulo CistoNet, desta forma, realiza a contagem e classificação dos folículos e cistos, indicando se a imagem obtida pelo aparelho de ultrassom contém imagens de ovários normais, de ovários que têm cistos e de ovários policisitcos. “Esse sistema é basicamente dividido em três módulos, um para classificar se existe ovário policístico, o outro para contagem e o terceiro, engloba esses dois em uma interface voltada para o usuário”, detalha Diogo Lopes, feliz em constatar que alcançou seu objetivo de dar esse suporte aos médicos na detecção precoce e mais completa dos cistos.

Dez estudantes de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) integraram o projeto: João Victor Oliveira, Kauã Gabriel Silva, Fernanda Sales, Eliel Silva, Júlia Barros, Gustavson Barros, Lucas Manoel, Lucas Patrick, Italo Tavares e Yanka Ayala. Todos foram beneficiados com essa capacitação prática em tecnologias de ponta aplicada à saúde. E embora tenha utilizado os dados e necessidades da Casil, o sistema desenvolvido pela equipe do IFPE Palmares poderá ser implementado em outras unidades de saúde, inclusive no SUS. “A gente tem pretensão de repassar o sistema para outras clínicas e até para o sistema público de saúde, para que muitas mulheres possam ser beneficiadas com uma avaliação médica ainda mais criteriosa e precisa”, finaliza Diogo Lopes.

 

 

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