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IFPE assina acordo com o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais

A parceria deve proporcionar uma intensificação da troca de saberes já instituída


Com os cabelos bem penteados e presos por uma fivela, Dona Elizete Rancho divide a tela com outras companheiras de luta no campo numa reunião virtual com professores e gestores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). A instituição acaba de estabelecer um acordo de cooperação técnica com o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Pernambuco (MMTR – PE), movimento social do qual Dona Elizete faz parte. A assinatura simbólica do acordo ocorreu por meio de um evento online no último dia 12 e marca a oficialização de uma parceria que já acontecia na prática. “A gente se junta para construir uma rede, porque nossas diferenças não nos separam do desejo de construir um mundo melhor. E agora vamos poder continuar construindo as nossas histórias de um jeito diferente porque esse acordo dá condições de ter quem conte elas”, celebrou Dona Elizete, moradora de Pombos, cidade do agreste pernambucano. 

 Além dela, outras cinco militantes do MMTR, de localidades distintas, estiveram presentes no evento. De Jupira, Ana Paula Silva ressaltou a importância da parceria no fortalecimento da prática do movimento junto à juventude e à sociedade. Suas palavras encontraram eco na fala de Dona Lúcia Lira, de Garanhuns: “Nós precisamos estar juntas para que nossas jovens tenha mais caminhos. Para que sejam sim mulheres trabalhadoras, mas que também possam ter a possibilidade de uma vida acadêmica. Porque o conhecimento empírico é importante, mas junto com o científico é ainda mais poderoso”. 

 A Pró-reitora de extensão, Ana Patrícia Siqueira, lembrou da importância de acordos como esse para o Instituto, ressaltando a missão do IFPE de melhorar a vida das pessoas e a prática de trabalhar diretamente com as comunidades. “Proporcionar esse tipo de encontro aos nossos estudantes é uma contribuição muito importante. Estamos colaborando com a formação de cidadãos que vão exercer essa justiça social junto às suas comunidades”. 

A partir deste acordo as atividades de cooperação através de formações e parcerias pedagógicas que já aconteciam de maneira pontual devem ser sistematizadas. ”Esse acordo é fundamental para o instituto não só pelo enriquecimento do aprendizado, mas pela soma de histórias. É fundamental trazer para o centro do debate sobre a sociedade que a gente deseja a questão do gênero”, pontuou a professora de sociologia e coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade do Campus Recife, Nathalia Atroch.

“Eu só posso agradecer que existam pessoas em nossa instituição que a faz chegar onde deveria chegar”, declarou o reitor José Carlos Sá, ao fim do evento. “Eu me sinto privilegiado por ter me encontrado com vocês e ouvido um pouco de suas histórias de luta. É muito importante que a nossa juventude conheça essa luta”, completou.

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