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IFPE Olinda promove ação em Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Estudantes ofereceram oficinas de artes para usuários do Caps Nise da Silveira, em Rio Doce


Ester Maria de Souza modelou uma flor e um cinzeiro com barro, Maria do Carmo Ribeiro pintou uma estrela, Ana Paula fez uma colagem com a casa de seus sonhos e Carlos Roberto Ribeiro grafitou os muros que cercam o Centro de Atenção Psicossocial Nise da Silveira (Caps), no bairro de Rio Doce, em Olinda. Foi lá onde os usuários com transtornos mentais se expressaram por meio da arte, nesta quarta-feira (18), Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

A ideia surgiu na disciplina Metodologia da Pesquisa, ministrada pelo professor José Davison da Silva Júnior. Ele que dirige o projeto de extensão de Musicoterapia no Caps levou a proposta para as turmas do segundo período do curso Artes Visuais. A empolgação foi geral. Os estudantes decidiram ministrar oficinas de grafite, carimbo, pintura, argila, colagem e impressão da imagem com a luz do sol.

“A gente celebra a importância desse dia Nacional da Luta Antimanicomial com arte. O objetivo é trazer uma possibilidade de expressão por meio das artes visuais para os usuários do Caps e seus familiares”, conta o professor, enfatizando a liberdade de expressão que a arte proporciona.

Para André Souza Farias, psicólogo e gestor da unidade que possui cerca de 980 prontuários ativos e cinco grupos de terapia, a ação é uma oportunidade de dizer não ao manicômio e viabilizar a interação entre o IFPE, a sociedade civil e a gestão da saúde do município de Olinda. “Essa parceria tem proporcionado várias possibilidades na terapia integrativa dos usuários com transtorno mental persistente e severo”, ressalta.

Para os estudantes, a maior recompensa é deles mesmos. “Foi muito bonito ver a interação delas com as cores , as tintas. Elas chegaram tristonhas, saíram alegres, satisfeitas. É um movimento que deveria ser feito sempre. Elas precisam disso e a gente também, porque nessa interação a gente se emociona e esquece os problemas”, afirma a estudante  Carolina Sivine de Oliveira, que também é psicóloga. Ela fez questão de mostrar cada trabalho feito pelos participantes da oficina de carimbo, ministrada por seu grupo. “São verdadeiras artistas. Produziram grandes obras”, comemora.

“É muito gratificante ver os usuários do CAPS empolgados fazendo arte. Eles conseguem extravasar a expressão por meio da arte.  Além disso, a gente deixa o lugar mais alegre e colorido” conta Isabela Cristina de Lima, que ministrou a oficina de grafite.  A estudante Karinny Vitória gostou tanto que quer voltar e oferecer novas oficinas.  “Queria vir todos os dias. Uma participante disse que eu era psicóloga. Amei a interação com elas”, entusiasma-se.

O IFPE Olinda realiza um projeto de extensão no Caps na área de musicoterapia, auxiliando no tratamento do transtorno mental. O objetivo é promover a socialização e a comunicação por meio da música, não só dos usuários, mas também de seus familiares.

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